Onze vítimas de explosão no AC são transferidas para hospitais especializados fora do estado

Somente um bebê segue internado na UTI do Hospital da Criança, em Rio Branco. Conforme governo, dos feridos, um está em Goiânia, seis em Belo Horizonte e quatro em Brasília.

Onze vítimas da explosão em uma embarcação no Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, na sexta-feira (7), foram transferidas do Acre para unidades de saúde especializadas nos estados de Goiânia, Brasília e Belo Horizonte. As transferências começaram a ser feitas na segunda (10).


Os últimos três pacientes que estavam internados no Hospital do Juruá foram transferidos para a Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, na noite desta quinta (13).


O diretor clínico do hospital em Cruzeiro do Sul, Marlon Holanda, afirmou que os três últimos pacientes estavam estáveis.


“Eles tinham 25% do corpo queimado, estavam com pouca dor e agora vão fazer acompanhamento em um centro especializado, não corriam risco de vida. Esses três últimos pacientes se encontravam nas enfermarias, estavam mais estabilizados e por isso foram transferidos”, disse a coordenadora da Secretaria de Estado de Saúde, Raquel Batista.


Barco explodiu no Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, nesta sexta-feira (7) — Foto: Gledisson Albano/Rede Amazônica Acre

Barco explodiu no Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, nesta sexta-feira (7) — Foto: Gledisson Albano/Rede Amazônica Acre


Das 18 vítimas do acidente, duas não resistiram aos ferimentos e morreram. Outras quatro foram transferidas para Brasília, seis para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, e uma para Goiânia. Os demais tiveram alta médica. O transporte dos pacientes é feito em avião UTI da Força Aérea Brasileira (FAB).


Um bebê continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança, em Rio Branco. De acordo com o governo, o quadro clínico dele é grave, porém estável.


Segundo o Corpo de Bombeiros, o barco transportava mercadorias, pessoas e combustível para os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, no interior do estado.


Lista dos feridos na explosão



Nome do paciente Local da internação
Antonio José de Oliveira da Silva, de 33 anos Hospital especializado em Belo Horizonte
Valdir Torquato da Silva, de 51 anos Hospital especializado em Belo Horizonte
Francisco Luna dos Santos, de 46 anos Hospital especializado em Belo Horizonte
José Artemísio Souza da Conceição, de 39 anos Hospital especializado em Belo Horizonte
Umberto da Conceição de Oliveira, de 38 anos Hospital especializado em Belo Horizonte
Paulo Victor da Silva, de 4 anos Hospital especializado em Belo Horizonte
Jucicleide Ferreira da Silva, de 42 anos Hospital especializado em Goiânia
José Francisco do Nascimento, de 49 anos Hospital especializado em Brasília
Francisco Rodrigues da Rocha, de 49 anos Hospital especializado em Brasília
João Oliveira da Silva, de 32 anos Hospital especializado em Brasília
Francisco Rodrigues de Oliveira, de 60 anos Hospital especializado em Brasília

Vítimas fatais

Duas mulheres morreram devido complicações dos ferimentos causados pela explosão. A primeira a não resistir foi Simone Souza Rocha, de 24 anos, morreu no domingo (9), após uma parada cardiorrespiratória, no Hospital do Juruá.


Conforme o diretor clínico da unidade, Marlon Holanda, ela teve de 80% a 90% da superfície do corpo queimada. Simone chegou a ir para o centro cirúrgico, onde foi feito curativo cirúrgico, voltou para UTI, mas acabou não resistindo.


Marluce Silva dos Santos, de 38 anos, foi a segunda vítima fatal. Ela também estava internada no Hospital do Juruá.


Marluce estava com o marido, José Artemísio, que foi transferido para BH, e três filhos na embarcação, sendo um o bebê que continua internado em Rio Branco. Os outros dois filhos ficaram com ferimentos mais leves e tiveram alta.


Eles estavam de mudança para Marechal Thaumaturgo à procura de trabalho, pois enfrentavam dificuldades financeiras. Em entrevista ao G1, o filho de Marluce, Gustavo Silva dos Santos, de 15 anos, disse que a mãe chegou a hesitar ao saber que o barco carregaria combustível.


Investigação

A Marinha do Brasil e a Polícia Civil do Acre investigam as causas da explosão. O delegado da cidade, Lindomar Ventura, afirmou que até esta sexta-feira (14), ao menos 15 pessoas foram ouvidas.


“Estamos ouvindo as pessoas envolvidas, desde quem comprou a gasolina a quem despachou, as pessoas que testemunharam para a gente ter, no final, elementos para a conclusão do inquérito. Esse é o momento de oitiva e acredito que vai ainda até a próxima semana”, afirmou o delegado.


A Marinha do Brasil informou que assim que tomou conhecimento da explosão, enviou uma equipe de busca e salvamento e de inspeção naval da Agência Fluvial de Cruzeiro do Sul, junto com uma equipe do Corpo de Bombeiros do Amazonas.


“Todas as pessoas foram resgatadas com vida e os feridos foram encaminhados ao hospital da cidade. Um inquérito será instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo acidente”, afirmou a Marinha em nota.


Dentre o procedimento investigatório da Marinha estão: se a embarcação tem inscrição, qual a tripulação dela, se ela era autorizada a transportar combustível, pessoas, mercadorias, que tamanho era a embarcação, identificar o proprietário, entre outras investigações mais aprofundadas.


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