o Acre, mais da metade dos homicídios em 2017 foram cometidos contra jovens

Por Leandro Chaves – Dos 516 assassinatos registrados no Acre em 2017, 297 foram cometidos contra jovens. É o que diz o Atlas da Violência publicado na quarta-feira, 6, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dados foram obtidos no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (MS). Desse total, 281 vítimas foram homens.


No estado, a taxa de homicídios de pessoas entre 15 e 29 anos foi de 126,3 por grupo de 100 mil habitantes nessa faixa etária, número muito acima do nacional (69,9). O Acre é o estado da região Norte com maior taxa de violência letal entre o grupo. Em seguida,aparece o Pará, com 105,3, Amapá, com 100,2, Amazonas, com 80,5, Tocantins, com 72,4, Roraima, com 64,8, e Rondônia, com 46,5.


No ranking entre todas as unidades da federação, os acreanos ocupam a quinta posição dessa taxa, atrás apenas do Rio Grande do Norte (152,3), Ceará (140,2), Pernambuco (133) e Alagoas (128,6).


Quando avaliada a variação percentual desse número entre 2016 e 2017, o Acre foi o segundo estado que apresentou maior crescimento de homicídios praticados contra jovens, com 50,5% de evolução. No primeiro lugar aparece o Ceará, com 60%. A taxa nacional de crescimento foi de 6,7%.


“A morte prematura de jovens por homicídio é um fenômeno que tem crescido no Brasil desde a década de 1980. Além da tragédia humana, os homicídios de jovens geram consequências sobre o desenvolvimento econômico e redundam em substanciais custos para o país. As mortes violentas de jovens custaram ao Brasil cerca de 1,5% do PIB nacional em 2010”, diz o estudo.


O Atlas da Violência de 2017 aponta o Acre como o segundo estado com maior taxa de homicídios do país naquele ano. Apenas Rio Grande do Norte ficou à frente. De acordo com o estudo, o crescimento da violência letal no Acre está diretamente ligado à guerra por novas rotas do narcotráfico que saem do Peru e da Bolívia e que envolve as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e o Bonde dos 13 (B13).


“O MPAC mapeou mais de 10 rotas, a maioria delas perto da fronteira com o Peru, onde a droga é transportada por via fluvial e depois terrestre (pela BR-364), até chegar ao Rio Branco, onde nos bairros da periferia se travam as batalhas com maior número de vítimas pelo comando do tráfico na região”, diz o documento.


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