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Juros do rotativo do cartão de crédito subiram para 299,8% ao ano

Os consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros um pouco mais caros em maio. A taxa média do rotativo subiu 1,2 ponto percentual em relação a abril, chegando a 299,8% ao ano. Os dados foram divulgados hoje (26) pelo Banco Central. A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.


No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 279,9% ao ano em maio, aumento de 1,9 ponto percentual em relação a abril. A taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) subiu 0,4 ponto percentual, indo para 314% ao ano.


O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.


Em abril de 2018, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho do ano passado. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.


Enquanto a taxa de juros do rotativo chegou a 299,8% ao ano, o parcelamento das dívidas do cartão de crédito pôde ser feito com juros de 174,1% ao ano em maio. As taxas médias do crédito parcelado do cartão subiram 3,3 pontos percentuais em relação a abril.


Já a taxa de juros do cheque especial caiu 2,4 pontos percentuais em maio, comparada a abril, e está em 320,9% ao ano. Mesmo com a queda no mês, o aumento no ano chegou a 8,3 pontos percentuais e a 9 pontos percentuais em 12 meses. De acordo com o Banco Central, essa taxa esteve em queda de maio a outubro do ano passado, mas essa dinâmica de diminuição mudou devido a um aumento nas taxas pelas instituições bancárias.


As regras do cheque especial também mudaram em julho do ano passado. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.


As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal não consignado é mais baixa, de 120,1% ao ano em maio, queda de 7 pontos percentuais em relação a abril. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) recuou 0,2 ponto percentual, indo para 23,2% ao ano em maio.


A taxa média de juros para as famílias caiu 1,5 ponto percentual em maio para 44,4% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 19,5% ao ano, baixa de 0,4 ponto.


A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, subiu 0,1 ponto percentual e ficou em 4,8% em maio. No caso das pessoas jurídicas, o indicador se manteve em 2,7% no mês. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.


No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito), os juros para as pessoas físicas oscilaram 0,1 ponto percentual para cima, para 7,8% ao ano. A taxa cobrada das empresas se manteve em 9,6% ao ano.


A inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado ficou estável em 1,8% e a das empresas subiu 0,1 ponto percentual, para 2,4%.


Em maio, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,286 trilhões, com expansão de 0,6% em relação a abril e de 0,9% no ano. Em 12 meses, a expansão foi de 5,5%. Esse estoque do crédito corresponde a 47,2% de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB). Isso representa aumento de 0,1 ponto percentual em relação a abril, que foi de 47,1%.


Com informações da Agência Brasil


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