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Após PM envolvido em acidente que matou mulher ser solto, familiares fazem protesto em Rio Branco

Após a Justiça mandar soltar o policial militar Alan Martins, preso desde o último dia 31 pela morte de Silvinha Pereira em um acidente de trânsito, familiares da vítima fizeram um protesto, nesta terça (11), em frente ao Ministério Público do Acre (MP-AC).


O carro que o PM dirigia bateu na motocicleta que a mulher estava com o marido, no dia 18 de maio, na Estrada Dias Martins, em Rio Branco.


Os três ficaram feridos e foram levados para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). No dia 19, Silvinha morreu no hospital e o marido segue internado à espera de uma cirurgia no fêmur.


Parentes de Maria Cauane da Silva, de 11 anos, também participam do ato. Isso porque Martins é um dos cinco réus no caso da menina, que foi morta durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), no ano passado.


A promotora Maria Fátima Ribeiro, que comanda as investigações sobre os dois casos, recebeu os familiares, respondeu perguntas e disse que vai recorrer da decisão.


“Dentro dos elementos que há dentro do processo há provas suficientes para isso [manter a prisão] e nós vamos provar isso. E vamos recorrer da decisão do juiz para reverter a situação”, disse.


A promotora ainda afirmou que o entendimento do Ministério Público é que a liberdade do policial ainda gera ofensa a garantia da ordem pública, além de causar revolta na sociedade.


“A nossa resposta enquanto órgão institucional, que defende o direito das pessoas, a gente pode assegurar às famílias que nós estamos fazendo o nosso trabalho e esse trabalho é incansável. Não é uma decisão contrária que vai desmotivar, mas que vamos buscar a justiça cada vez mais”, pontuou.


Com cartazes, os familiares pediram por justiça e disseram que as mortes não podem ficar impunes. Revoltada, a cunhada de Silvinha, Sandra da Silva Miranda, afirmou que a família foi pega de surpresa ao saber da soltura do policial.


Com cartazes, familiares pediram por justiça  — Foto: Alcinete Gadelha/G1

Com cartazes, familiares pediram por justiça — Foto: Alcinete Gadelha/G1


“Nós estávamos tranquilos porque a justiça estava sendo feita, mas ontem [segunda,10] recebemos a notícia que ele foi solto. Minha cunhada era uma mulher trabalhadora, que não fazia mal a ninguém, aí ele vem com a imprudência dele, acaba com a vida dela e agora está solto. Nós queremos justiça porque ele estava bêbado, matou minha cunhada, tirou a vida da Cauane. Se não fosse um policial ele já estaria preso”, afirmou Sandra.


A filha de Silvinha, Sara da Silva, também participou do ato. “A gente ficou indignado, porque não era para ele ter saído. Ele estava bebendo fardado, atropelou minha mãe, que vinha do trabalho com o marido. O que a gente quer é que ele vá preso e pague pelo que fez”, disse.


O pai da menina Cauane, José Carlos Francisco, se emocionou ao lembrar da filha e disse que a dor só aumenta a cada dia. Ele também pediu por justiça pela morte da filha.


“Ele fez outra vítima, matou outra pessoa e o juiz prendeu, mas mandou soltar de novo. Nossa reivindicação é que ele vá preso para não destruir mais famílias, uma pessoa dessa não merece viver no meio da sociedade. O sentimento é de revolta, porque ele fez essas barbaridades todas e está solta. Quantas pessoas ele tem que matar, destruir para poder ir preso?”, questionou o pai.


Familiares da menina de 11 anos morta em operação do Bope também participa do ato — Foto: Alcinete Gadelha/G1

Familiares da menina de 11 anos morta em operação do Bope também participa do ato — Foto: Alcinete Gadelha/G1


Revogação de prisão

A Justiça do Acre acatou um pedido de revogação de prisão, nesta segunda-feira (10), e mandou soltar o policial militar. Martins estava preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope).


A prisão preventiva foi um pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC). Segundo as investigações do órgão, Martins tinha consumido cerca de 30 garrafas de cerveja no dia do acidente. A defesa nega que ele tenha bebido no dia da batida.


Ao G1, o advogado do policial, Wellington Silva, disse que fez o pedido oral de revogação da prisão durante audiência de apresentação do PM, na 1ª Vara do Tribunal do Júri. O pedido foi acatado pelo juiz Clovis de Souza Lodi.


Conforme o advogado, o juiz aplicou medidas cautelares como não comparecer em bares, boates e outros, não sair da cidade, comparecer mensalmente ao juízo para confirmar ou justificar as atividades. Além disso, ele teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa.


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