Denisclei Souza recebeu ameaças de morte dias antes de ser encontrado morto, na manhã deste domingo (12). Polícia de Brasileia desconfia que suicídio foi forjado.
A Polícia Civil do Acre investiga o caso de um ex-presidiário que foi encontrado morto com um fio e mangueira enrolados no pescoço. O caso ocorreu no bairro Alberto Castro, em Brasileia, interior do Acre.
Inicialmente, a suspeita era de que Denisclei Silva Souza, de 18 anos, teria tirado a própria vida, mas a polícia desconfia que ele tenha sido assassinado. O corpo foi achado na manhã de domingo (13) pelo dono da casa onde a vítima organizou uma bebedeira com mais duas pessoas.
“Foi encontrado com um fio e uma mangueira no pescoço com um pano, como se fosse para não doer muito, e quem o encontrou acreditava que ele tinha se enforcado. Mas, olhando algumas características, principalmente como foi envolto a mangueira, no meu entendimento não foi suicídio e sim homicídio”, explicou o delegado responsável pelo caso, Luiz Tonini.
O corpo de Souza está no Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco para exames cadavéricos. Segundo o delegado, o laudo apontou que o pescoço da vítima foi quebrado. A polícia já ouviu três pessoas sobre o caso.
“Ele pode ter sido alçado, colocaram o fio no pescoço e puxaram, é tanto que rompeu o fio. A forma como ele caiu, estava posto no chão, não derrubou o que estava ao lado, quando é enforcada a pessoa se estremece, e tinha uma garrafa de bebida muito próxima e não derrubou. Não tinha marca dos pés dele na parede”, ressaltou.
Ameaças e envolvimento com facções
Ainda segundo o delegado, a principal suspeita é de que Souza tenha sido estrangulado ou esganado. A polícia descobriu também que o rapaz tinha recebido ameaças de morte dias antes do crime.
“Quando você é enforcado existe uma alça que fica na corda, quando é estrangulado tem uma força mecânica, que não é sua, fica com a alça na pessoa, existe uma continuidade na linha. Ele recebeu ameaças há duas semanas, tem no celular que estava marcado para morrer, ontem [domingo,12] umas pessoas que fazem parte de facção disseram que ele pagou pelo vacilo dele”, frisou.
Apesar da desconfiança, Tonini confirmou que a polícia não descarta nenhuma linha de investigação. O delegado revelou ainda que duas pessoas participaram de uma bebedeira com Souza, mas que saíram do local ainda na madrugada de domingo.
“Por volta das 9h, o dono da casa o encontrou morto. Nas paredes havia sangue com nome de facções. Tinha uns furos nas pernas, ou ele se mutilou ou alguém torturou ele. Tinha ligação com facção, cumpriu pena, foi internado quando era menor e tinha dado uma parada agora”, concluiu.