Com mudança em obra, escola de Rio Branco tem ano letivo adiado novamente

Aulas da Escola Infantil Chrizarubina Leitão estavam previstas para iniciar nesta segunda (6). Educação disse que empresa não cumpriu prazo e pediu mais 20 dias para entregar colégio pronto.

O início do ano letivoG na Escola Infantil Chrizarubina Leitão, no bairro Manoel Julião, em Rio Branco, foi adiado novamente devido ao atraso na obra. As aulas estavam previstas para iniciar nesta segunda-feira (6), mas a Secretaria de Educação do município afirmou que a empresa não cumpriu o prazo.


Segundo a Educação, a empresa disse que a obra deve terminar em, no máximo, 20 dias. Com isso, a Educação quer iniciar as aulas no dia 20 ou 27 deste mês. A justificativa para o atraso seria mudanças que não estavam previstas no planejamento inicial. A reforma no colégio iniciou em dezembro do ano passado.


“Como gestor só tenho duas opções: pressionar como fiz hoje [segunda, 6], indo na obra ou argumentar o prejuízo que as famílias estão tendo, prejuízo que as crianças tem e penalizar a empresa e cancelar o contrato. Posso multar também por essa situação, mas não resolve o problema das crianças”, justificou o secretário de Educação, Moisés Diniz.


Filhos sem aula

O filho de 4 anos da auxiliar de cozinha Thais Luz, de 21 anos, é uma das crianças que continua sem estudar. A mãe até tentou matricular o garoto em outra escola, mas não conseguiu vaga.


“Não consegui, porque já tinham outras crianças na fila de espera. Estamos no meio do ano e a escola não se reuniu com os pais. A previsão era para o dia 6 de maio, mas não deram nenhuma resposta. Estudo lá na frente a noite, e nem a escada está feita, não está concluída [obra]”, lamentou.


A funcionária pública Ingrid Rayelle, de 30 anos, disse que conseguiu um laudo atestando que o filho de 4 anos tem Transtorno Espectro Autista (TEA), que vai ajudar na solicitação de um mediador. Ela diz que a escola deixou os pais sem opções com a reforma e o atraso.


“Já saiu o laudo dele que tem autismo e deficit de atenção, mas está prejudicado porque não começam [as aulas]. Não tem um espaço preparado e uma equipe, mas vou deixar ele lá apenas esse ano. Ano que vem vou levar ele pra outra escola, mas esse ano não nos deram escolha”, criticou.


Mudanças

Ainda segundo Diniz, no decorrer da obra, foram detectados lugares que precisavam de reforma e não estavam incluídos no planejamento inicial. Segundo ele, o muro estava prestes a cair e algumas salas não tinham acessibilidade.


“Identificaram que o muro podia cair, então, incluíram mexer no muro, o que leva mais tempo. Identificaram que tem sala sem acessibilidade, tem que quebrar todo o piso da sala para dar acessibilidade. Isso era para ter sido feito na hora de começar a obra, não no decorrer. Lógico que jamais iria permitir isso nas próximas obras”, frisou.


Diniz garantiu que a obra estava em andamento quando ele assumiu o cargo. Segundo ele, o responsável pela obra afirmou que vai trabalhar aos sábados e domingos e a noite para terminar a reforma o quanto antes.


“Esse modelo é muito desrespeitoso com a população. A única coisa que posso fazer é pedir desculpas para aquela população, peguei a obra andando e não teria permitido esse formato. Não temos o que fazer. Com um esforço concentrado as aulas devem começar dia 27, se a obra terminar dia 20”, concluiu.


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