Acadêmicos dos cursos de ciências sociais da Universidade Federal do Acre (Ufac) fizeram um protesto, nesta sexta-feira (10), contra os cortes anunciados pelo governo federal. Entre as queixas está a ideia do presidente de tirar verba da filosofia e sociologia e também o corte de 30% para as instituições federais de ensino.
No dia 26 de abril, Jair Bolsonaro anunciou, pelo Twitter, que o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, “estuda descentralizar investimentos em faculdades de filosofia e sociologia (humanas)”, com o objetivo de “focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como veterinária, engenharia e medicina”.
Já no dia 30 de abril, o secretário de Educação do MEC anunciou que vai cortar 30% dos repasses para todas as universidades federais. Com o corte, a Ufac pode perder R$ 15 milhões e ter o segundo semestre de 2019 comprometido, segundo a reitora Guida Aquino.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes no Acre (DCE), Richard de Carvalho, afirmou que esse é o momento da comunidade acadêmica se unir em prol da universidade.
“O DCE se soma aos estudantes de ciências sociais, que tiveram, no primeiro momento, esse ataque do governo federal e logo em seguida veio o ataque para funcionalidade da instituição em si. Na verdade, hoje nós temos os cursos de ciências humanas ameaçados e também todas as outras áreas do conhecimento ameaçadas. O movimento estudantil precisa estar unido para resistir a todos esses ataques que vem sofrendo do governo federal”, disse Carvalho.
Acadêmicos da Ufac protestam contra cortes anunciados pelo governo federal — Foto: Magda Tomaz/Arquivo pessoal
A reitora afirmou que apoia o ato dos estudantes e ressaltou que precisa ser de forma pacífica e dialogada.
“Estamos aí na defesa, tanto dessa questão dos ataques a esta área, como também aos 30% de cortes anunciados pela imprensa, já que não tivemos ainda um contato com o Ministério da Educação. Está marcada para o dia 16 de maio uma reunião em Brasília para iniciar esse diálogo com o ministro e esperamos ter um recuo do governo federal diante desses cortes”, afirmou.
Para a vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), Madge Porto, o anúncio de cortes para as instituições de ensino têm ligação com a proposta de reforma da Previdência, em que as universidades são contra.
“A gente precisa pensar porque é que está existindo esse ataque. Não podemos cair nessa cilada, há uma associação entre a reforma da previdência proposta e esse corte e nós sabemos do nosso papel e vamos defendê-lo”, conclui Madge.