Lenilda Cavalcante
Jornalista – .FENAJ 084
O assunto da semana (e até mesmo dos últimos meses, quase um ano) tem sido a buraqueira que está Rio Branco.
Dez entre dez moradores falam deste assunto em bares, grupos de WhatsApp e qualquer esquina por onde encostarem rapidamente.
O tema também tem sido debatido exaustivamente pela classe política e pela imprensa em geral.
Daí chegou o vereador João Marcos Luz com um laudo da FUNTAC atestando que o asfalto em nossa cidade não é de qualidade. Uns disseram que o laudo não era verdadeiro e o parlamentar sustentou a informação e… bingo! O laudo é fato e ninguém (autoridades) tocou mais no assunto dos buracos. Mas eles permanecem nos mesmos lugares e ganharam mais espaço nas ruas da capital acreana.
Porém é preciso ressaltar que este problema não é exclusivo da cidade, muito menos da capital. As rodovias estaduais também padecem da mesma complicação. Recentemente colocaram um protesto na AC-40 e rapidamente o Deracre esteve lá fazendo um paliativo com barro (literalmente paliativo). Em Tarauacá os moradores plantam bananeiras no meio das ruas!
Outro destaque que é preciso fazer para ser honesta com todos: os buracos na cidade e nas rodovias não surgiram a partir do dia 1º de janeiro de 2019! Para ser mais exata, começaram a surgir em meados de 2018, intensificaram grotescamente no inverno e cá estão nos causando prejuízos diversos.
E tem outra que ninguém toca no assunto: certamente serão utilizados pelas empresas de transporte coletivo para o intocável reajuste anual. Afinal, se nossos carros estouram pneus diariamente, acabam com amortecedores e outros probleminhas mais, imaginem os ônibus…
Todos querem uma Geni para jogar pedras, apontar o dedo e chamar de culpado ou culpada (no caso de Rio Branco a bola da vez é a prefeita Socorro Neri).
Mas, convenhamos, nosso asfalto não presta faz muito tempo. Há quem diga que é produzido com Sonrisal e se desfaz com as chuvas. Empresas alegam que é o solo da floresta amazônica, técnicos afirmam que é o tráfego de carros com peso acima do permitido e assim vai o rol de desculpas.
Aí eu pergunto a você, leitor… já cruzou a fronteira para o Peru? Se você fez esta belíssima viagem constatou que o solo é o mesmo (ele não muda radicalmente só por cruzar o rio Acre), no entanto a estrada peruana é um espetáculo, sem buracos e pasmem, construída pela Odebrecht!
Então o que nos falta para termos ruas e estradas no mesmo nível do Peru? Eu poderia responder num piscar de olhos: respeito!
Se o leitor tiver interesse em se aprofundar neste tema, sugiro que leia matéria da revista Exame: Por que o asfalto brasileiro é mesmo uma porcaria. Nesta, João Virgílio Merighi, professor de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e diretor técnico da Latersolo diz com todas as letras algo que não precisamos de laudo da FUNTAC para saber: “O buraco é um atestado de negligência”.