A empresária e jornalista Mirla Miranda, de 39 anos, a nova porta voz do Governo Gladson Cameli, foi a primeira profissional da área demitida da TV Gazeta por motivações políticas. Miranda foi escolha pessoal do proprietário da afiliada da TV Record, Roberto Alves Moura, que a treinou para substituir a então âncora do Gazeta em Manchete, Mara Rocha (hoje deputada federal), que decidira, em meados de 2003, pela produção independente do televisivo Acre Rural, programete de largo alcance por muitos anos um dos líderes de audiência na emissora.
Ambas foram vítimas de uma perseguição evidente, a primeira na gestão Jorge Viana, quando Mirla virou alvo do tráfico de influência engendrado pelo então secretário Aníbal Diniz. A demissão gerou revolta de muitos comunicadores que encabeçaram a primeira carta aberta contra um chefe do Executivo no Acre. Segundo amigos em comum, a apresentadora, muito abalada, naquela época com 23 anos, se revestiu de uma força psicológica e profissional que não imaginava ter. Criou a Agência S/A Comunicação e Negócios e produtor. Mirla tem trabalhos reconhecidos no Acre e fora do estado, sempre na área de assessoria para grupos e instituições de renome, dentre eles a Uninorte, OAB e Via Verde Shopping.
Mara Rocha, no governo do irmão petista, Tião Viana, se tornou mais um, dentre outros jornalistas, enxotados a pedido de governantes.
Mirla exercerá pela primeira vez um cargo público. Aceitou ao convite feito pelo governador e pela secretária Silvânia Pinheiro (Comunicação), com os quais a empresária tem encontro agendado para a próxima quarta-feira. Será o momento de oficializar a nomeação de Mirla, que tem 25 anos de experiência na área, é especialista em assessoria de imprensa e doutoranda em Comunicação Social pela Fundação Européia do Atlântico, instituição com sede na Espanha.