Em dezoito dias foram contabilizadas 19 mortes violentas neste mês de fevereiro, no Acre. O levantamento, confirmado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ressalta que apesar de o número ser relativamente alto, ainda é menor do que o registrado durante o mesmo período no ano passado. Em 2018, até o dia 20 do mesmo mês, 24 pessoas haviam sido assassinadas.
No primeiro mês de 2019, a Sejusp aponta que 32 pessoas foram mortas no Acre. No total, já são 50 assassinatos registrados em todo o Estado até à tarde desta segunda-feira (18).
Contudo, o número de roubos registrados nas delegacias de Rio Branco quase dobrou de um ano para o outro. Do dia 1° ao dia 18 de fevereiro do ano passado, foram registrados 285 Boletins de Ocorrência por crimes de roubo. Já do dia 1° ao dia 18 de fevereiro de 2019 (às 10h16 último boletim registrado) 364 Boletins pelo mesmo crime foram cadastrados. Um aumento de quase 20%.
“Lembrando que no mesmo período de 2018 não havia a Portaria determinando os registros no Procedimento Policiais Eletrônicos (PPE)”, informou a Sejusp sobre o sistema de informatização adotado pelo Acre que facilita os registros de B.O.
Conforme as autoridades de Segurança Pública, a maioria das mortes é resultado da guerra travada entre as facções criminosas Comando Vermelho e Bonde dos 13, que disputam o domínio do território do Acre pelo controle do tráfico de drogas e armas.
A maioria das mortes registradas recentemente, de acordo com os boletins de ocorrência, foram ocasionadas por disparos de arma de fogo.
Números
Entre os anos de 2015 a 2018, mais de 1.400 pessoas foram assassinadas violentamente em todo o Estado do Acre, de acordo com levantamento feito recentemente por ac24horas e confirmado pela Secretaria de Segurança Pública.
Nesse período de quatro anos, o ano mais violento foi 2017 com 504 mortes violentas, sendo 323 confirmadas pelas autoridades como execuções. O segundo ano mais violento, foi o de 2018, que segundo dados da Sesp, registrou 392 mortes, sendo que 285 tidas como execuções. Já em 2016, foram registradas 350 mortes e em 2015, 160. Somando todas essas mortes e dividindo pelos quatro últimos, a média de mortes violentas no Acre fica na casa dos 351 por ano.
Em agosto do ano passado, o Acre foi destaque do Anuário da Segurança Pública, desenvolvido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quando mostrou Rio Branco como a capital mais violenta do Brasil proporcionalmente. Em 2017, a taxa de homicídios na cidade foi de 83,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes. A capital acreana superou até mesmo cidades do Nordeste que há décadas não perdiam o status das mais violentas, como Maceió e Fortaleza.
De 2016 para 2017 o crescimento da taxa de mortes em Rio Branco foi de 35,5%. Entre os estados, Acre e Ceará também dividem o topo dos mais violentos do país. Assim como entre as capitais, o Acre supera o Ceará.