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Juiz torna Haddad réu sob acusação de corrupção passiva e lavagem

Petista nega irregularidades e critica delação que originou ação


Oex-prefeito paulistano e candidato derrotado à Presidência Fernando Haddad (PT) se tornou réu sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em decorrência da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC.


O juiz Leonardo Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Barra Funda, na capital paulista, instaurou uma ação penal ao aceitar denúncia do Ministério Público de suposto pedido de R$ 3 milhões para quitar dívidas de campanha.

Haddad nega irregularidades e diz que acionará a Justiça para se defender.


É a primeira vez que o petista se torna réu em ação criminal. Ele já responde por ação de improbidade http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa, por supostas irregularidades na construção de trechos de ciclovias em São Paulo.


Haddad foi denunciado em setembro pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. A imputação de crime de formação de quadrilha não foi aceita pela Justiça.


Segundo o promotor Marcelo Mendroni, ele recebeu R$ 2,6 milhões em propina da UTC para pagamento de dívidas da campanha de 2012.


A denúncia tem como base as delações de Ricardo Pessoa e Walmir Pinheiro, da UTC, e do doleiro Alberto Youssef, além de investigação da Polícia Federal sobre suspeitas de lavagem de dinheiro e caixa dois na primeira campanha de Haddad à prefeitura.


Segundo as investigações, o então tesoureiro do PT, João Vaccari, se reuniu com Pessoa em abril ou maio de 2013 e pediu R$ 3 milhões em nome do prefeito para sanar as dívidas da campanha. A UTC negociou o pagamento de R$ 2,6 milhões.


O dinheiro, então, teria sido pago por meio de um esquema que envolvia a prática de lavagem de dinheiro em gráficas controladas pelo ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza, conhecido como Chicão.


Em setembro de 2016, a Folha de S.Paulo revelou que Chicão teria recebido propina ligada à campanha de Haddad.


Vaccari, Pessoa, Pinheiro, Youssef e Souza também respondem como réus na ação.


Em nota divulgada por sua assessoria, Haddad diz que a acusação é requentada. “A denúncia é mais uma tentativa de reciclar a já conhecida e descredibilizada delação de Ricardo Pessoa”, afirma


“Com o mesmo depoimento, sobre os mesmos fatos, de um delator cuja narrativa já foi afastada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o Ministério Público fez uma denúncia de caixa dois, uma denúncia de corrupção e uma de improbidade. Todas sem provas, fincadas apenas na desgastada palavra de Ricardo Pessoa, que teve seus interesses contrariados pelo então prefeito Fernando Haddad. Trata-se de abuso que será levado aos tribunais”, prossegue o comunicado do ex-prefeito.


O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende Vaccari, disse que o petista “jamais foi tesoureiro de campanha e nunca solicitou qualquer recurso para campanha de quem quer que seja”.


“Vaccari foi tesoureiro do partido (PT) e dessa forma solicitava doações legais somente para o partido, as quais eram realizadas por depósito em conta bancária do partido, com recibo e com prestação de contas às autoridades”, disse D’Urso.


Seu cliente, afirmou o advogado, “jamais solicitou ou recebeu qualquer recurso em espécie para o PT, muito menos a título de propina. Quem o acusa é um delator que nada prova, falando mentiras para obter diminuição de pena”.


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