Operação Hefesto: Seis pessoas continuam presas

Informação foi confirmada pelo Iapen, nesta segunda-feira (15). Ao todo, nove pessoas foram presas e três que tinham prisão temporária decretada foram soltas.

Seis continuam presos após operações da PF que investigam fraude em licitações na Alea, segundo Iapen — Foto: Divulgação/PF-AC

G1 Acre –

Mais de um mês depois da Operação Hefesto, que investiga fraudes em licitações de publicidade, seis pessoas continuam presas em Rio Branco. A informação foi confirmada, nesta segunda-feira (15), pelo diretor do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Aberson Carvalho.


A operação foi deflagrada no último dia 13 de agosto e prendeu sete pessoas, sendo que três, que estavam com prisão temporária decretada,foram liberadas em seguida.


Em seguida, no dia 18 de agosto, foi deflagrada a Operação Hora Extra, em que dois servidores da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) foram presos.


O Iapen-AC informou que não poderia divulgar os nomes das pessoas que permanecem presas, já que o caso corre em segredo de Justiça. Segundo o diretor, dos presos duas são mulheres e quatro homens.


Conforme o Iapen, eles estão nos presídios Francisco D’Oliveira Conde (FOC), unidade penitenciária feminina e também no Batalhão de Operações Especiais (Bope).


O advogado Marcos Vinícius Jardim, da defesa da empresária Charlene Lima, presa no dia 13 de outubro, confirmou que ela continua presa. Jardim afirmou que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, ainda não analisou o habeas corpus (HC) da empresária.


“Ainda está na mesma. No Tribunal Regional Federal, esses processos não tramitam de forma tão célere. Está concluso para o desembargador há cerca de 10 dias úteis, mas teve feriado e se analisar a média de prazo naquele tribunal, não está fora do que é costumeiro lá. O desembargador ainda não analisou o pedido de medida liminar do habeas corpus”, disse o advogado.


Denúncia do MP-AC

Charlene e outras três pessoas presas na Operação Hefestos foram denunciadas pelo Ministério Público. A empresária foi denunciada por corrupção ativa e obstrução à Justiça.


Os demais citados na denúncia são: Ednilson Pereira Aguiar, Robson Diego Vidal Barros e Simone Silva de Freitas Félix.


G1 não conseguiu contato com a defesa dos denunciados. Destes, apenas Ednilson Pereira Aguiar foi denunciado por obstrução à Justiça. Com informações G1 Acre.


Investigações

Na publicação sobre a denúncia, o MPF-AC destaca que materiais coletados revelaram a oferta de propina no valor de R$ 50 mil para que um servidor fraudasse documentos e descumprisse ordens da Justiça do Trabalho. Metade do dinheiro, R$ 25 mil, chegou a ser entregue efetivamente para o servidor.


Ainda segundo a Justiça, ficou comprovada a participação de todos os denunciados na ação. O MPF-AC acrescenta também que continua investigando crimes como fraude à licitação, peculato e lavagem de dinheiro. Segundo a Justiça, os inquéritos foram separados.


Operações

A Operação Hefesto foi deflagrada no dia 13 de setembro. Ao todo, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e de prisão até o dia 18 daquele mês.


Conforme a Polícia Federal, o grupo criminoso teria fraudado contratos públicos relacionados ao serviço de publicidade. Eles também são investigados por tentativa de suborno a um servidor da Justiça do Trabalho para que o esquema criminoso não fosse descoberto.


No dia 18, foi deflagrada a Operação Hora Extra, desdobramento da primeira, onde os dois servidores da Aleac foram presos. Desta vez, a operação investiga crimes de corrupção, peculado, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes em licitações.


Esquema

A empresa CL Publicidade, contratada para prestação de serviços de publicidade para a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e investigada por fraudes em licitações, cobrava mais de R$ 100 mil por duas horas de filmagem.


A informação é da Polícia Federal que analisou notas fiscais apreendidas e comparou com preço cobrado no mercado. Conforme o levantamento da PF, a empresa de Charlene Lima cobrava três vezes mais que o valor de mercado.


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