Arcebispo foi morto enquanto rezava uma missa. Ele se tornou um ícone dos direitos humanos na América Latina e foi canonizado pelo Papa Francisco.
Por Reuters –
Um juiz de El Salvador pediu, na terça-feira (23), a prisão de um ex-militar suspeito de ter ordenado em 1980 o assassinato do arcebispo Oscar Romero, um ícone dos direitos humanos na América Latina recentemente canonizado pelo Papa Francisco.
O ex-soldado Álvaro Rafael Saravia, de 78 anos, está desaparecido. O magistrado Rigoberto Chicas disse haver indícios suficientes para acusá-lo de ter participado do assassinato do religioso e ordenou que a polícia e a Interpol o procurem.
O caso foi descartado em 1993, depois que uma lei de anistia proibiu julgamentos criminais ligados à sangrenta guerra civil da nação da América Central. Em 2016, a polêmica lei de anistia foi revertida. Um ano depois, em 2017, o caso foi reaberto, mas até hoje ninguém foi levado à justiça.
Cerca de 75 mil pessoas morreram no conflito, que durou de 1980 a 1992, durante uma ditadura militar em El Salvador. Acredita-se que Romero, morto a tiros enquanto celebrava uma missa na capela de um hospital, foi assassinado por um esquadrão da morte de direita.
O assassinato do arcebispo foi um dos mais chocantes de um longo conflito entre uma série de governos apoiados pelos Estados Unidos e rebeldes de esquerda, no qual milhares de pessoas foram mortas por esquadrões da morte militares.
Em seus sermões, Romero criticava a ditadura militar apoiada por Washington e expressava solidariedade pelos pobres. O Papa Francisco o declarou um mártir que foi morto devido ao ódio pela fé e o canonizou neste mês de outubro.