“Temos de procurar juntos um projeto de país que abarque a todos e que passa por mudar este modelo, que gerou injustiça e violações de direitos humanos”, disse responsável da Cáritas
Uma responsável da Cáritas venezuelana, a irmã Maria José González, defendeu nesta quarta-feira (12) um processo de reconciliação nacional na Venezuela como o caminho para resolver uma crise que, segundo disse, “esta custando muitas vidas” a cada dia.
“Temos de procurar juntos um projeto de país que abarque a todos e que passa por mudar este modelo, que gerou injustiça e violações de direitos humanos. […] Qualquer solução tem de respeitar a dignidade da pessoa humana, as liberdades e procurar o bem comum para os venezuelanos”, disse Maria José González em entrevista à agência Lusa, em Lisboa.
“Tem de passar por um processo de reconciliação. Neste momento, há uma grande polarização do país, mas o importante é que possamos somar para ver como saímos desta gravíssima crise que está afetando muitas pessoas e custando muitas vidas a cada dia”, acrescentou.
Segundo Maria José González, no terreno, a situação dos venezuelanos agrava-se a cada dia, com particular incidência nas populações mais vulneráveis, como crianças e idosos.
“Isso é evidente no número de pessoas que chega aos nossos centros. São idosos e crianças que aparecem subnutridos. Com a ajuda da Cáritas Internacional e da Cáritas portuguesa, que participou com 50 mil euros, atendemos já cerca de 13 mil crianças”, disse.
A responsável da Cáritas da Venezuela disse ainda que continuam ocorrendo “muitas mortes por falta de medicamentos e cuidados médicos” e assinala a vulnerabilidade dos emigrantes forçados, que segundo adiantou, passam por “condições infra-humanas” junto das fronteiras, onde ficam sujeitos às redes de tráfico e exploração laboral.