O candidato à Presidência da República pelo MDB nas Eleições 2018, Henrique Meirelles, participou nesta quarta-feira (5/9) da série Estadão-Faap Sabatina com os presidenciáveis. Na entrevista, Meirelles abordou principalmente temas econômicos, fez questão de afirmar que ainda estava “se apresentando” ao eleitor, relembrou seus feitos quando foi presidente do Banco Central e ministro da Fazenda durante o governo Lula e prometeu gerar “10 milhões de empregos”. “Mesmo que eu não ganhe o seu voto, quero o seu respeito”, afirmou.
Meirelles disse ainda ser totalmente contra a liberação das armas, uma das principais propostas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), disse que é “favorável ao direito da mulher” em relação ao aborto e que deseja manter o Sistema Único de Saúde (SUS) 100% gratuito durante o seu governo, caso seja eleito. Sobre as drogas, afirmou que “nunca fumou maconha ou cheirou cocaína”. “Acho que ninguém deve ser preso por consumo e o tráfico deve ser combatido.”
No início da sabatina, Meirelles lembrou que estudou em escola pública e trabalhou a maior parte do tempo em empresas. Logo na primeira pergunta, afirmou que “para que o Brasil volte a crescer é preciso contas equilibradas. País quebrado não resolve problema de saúde, de segurança. O país precisa de confiança para crescer. Confiança de todos”, afirmou.
Um dos pontos centrais da campanha de Meirelles é o combate ao desemprego – e ele aproveitou para alfinetar a ex-presidente Dilma Rousseff. “Quero usar minha experiência para criar 10 milhões de empregos em quatro anos. Vamos fazer isso ganhando as eleições. O alto nível de desemprego em 2018 é uma questão muito simples. O governo de Dilma criou a maior recessão da história do país e por mais que se possa ter criado emprego em dois anos, mesmo com isso, ainda é pouco. É só o início.”
“Quando menciono a criação de 10 milhões de empregos, levo em conta duas coisas. Não existe história onde país tenha atingido desemprego zero. Existem pessoas que, por uma razão ou outra, não podem ou não querem trabalhar. Existe, inclusive, um índice que é o mínimo de desemprego, abaixo do qual o país dá problemas na economia”, explica Henrique Meirelles. “
“No Brasil, a taxa mínima (de desemprego) nos melhores períodos é de 5%. Realisticamente, sempre existe um grande número de pessoas (fora do mercado)”, afirmou Meirelles. “Não é uma proposta muito crível de que se possa criar mais de 2 milhões de empregos por ano. Eu posso não ganhar o seu voto, mas eu espero ganhar o seu respeito depois da campanha.”