Museu Nacional apela a devolução de peças do acervo encontradas após fogo

O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, apelou hoje para que quem encontrasse peças do acervo, depois do incêndio de domingo, as devolvesse à Biblioteca Central da Universidade Federal e não noutros locais.


Numa publicação na página de Facebook do museu que ficou destruído pelo incêndio que deflagrou no domingo, a entidade ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) escreveu que “alguns moradores de lugares próximos ao Museu Nacional estão achando objetos em suas casas que provavelmente foram levados pelo vento, como páginas de livros, por exemplo”.


“Se você também encontrou, nas imediações do incêndio no Museu Nacional, objetos com características históricas que possam ser do acervo do museu, pedimos que os levem à Biblioteca Central, localizada no Horto Botânico, Quinta da Boa Vista”, pode ler-se naquele documento, salientando que as entregas não devem ser feitas noutros lugares.

A mensagem tem como título: “Não estamos de luto e sim na luta”.


Os ministérios brasileiros da Cultura e da Educação anunciaram na segunda-feira um plano de recuperação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído por um incêndio que afetou o edifício e o seu acervo.


Em comunicado publicado ‘online’, o Governo anunciou que irá formar um comité executivo para a recuperação do Museu Nacional e aplicar 15 milhões de reais (cerca de três milhões de euros) no projeto.


O incêndio ocorrido no domingo não provocou vítimas, mas destruiu grande parte do acervo do maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina, cujo edifício tinha sido residência da família real e imperial brasileira.


O Presidente do Brasil, Michel Temer, entrou em contacto com bancos e empresas privadas, que já sinalizaram o interesse em patrocinar a reconstrução.


O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi fundado por João VI, de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.


Entre as peças do acervo estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, batizado de “Luzia”, com cerca de 11.000 anos.


Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da imperatriz Leopoldina, e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente João VI.


Por seu turno, o ministro português da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, que se encontra no Rio de Janeiro em visita oficial, afirmou, na segunda-feira que a destruição no museu foi “uma perda irreparável”.


“Estamos consternadíssimos. Nós sentimos também essa perda porque era um acervo importantíssimo da história natural do país, da sociedade brasileira e também da história política, sendo este o palácio onde o rei de Portugal se veio instalar quando levou a corte para o Brasil. É um monumento muito importante para a história dos dois países”, constatou o ministro à chegada ao Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, onde iria abrir o 9.º colóquio do polo de pesquisas luso-brasileiras.


Em janeiro de 2015, este museu chegou a estar fechado ao público devido a “problemas com os serviços de vigilância e limpeza”, relacionados com o atraso de meses no pagamento, e os funcionários de limpeza também fizeram uma paralisação por falta de pagamento dos salários, noticiou a imprensa local, na altura.


A história do museu remonta aos tempos da fundação do Museu Real por João VI, em 1818, cujo principal objetivo era propagar o conhecimento e o estudo das ciências naturais em terras brasileiras. Hoje, era reconhecido como um dos principais centros de pesquisa em história natural e antropológica, na América Latina.


Por Notícias ao Minuto

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