Dançar na terceira idade faz bem à saúde, evita a solidão e isolamento

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Com belos trajes e aparência capri­chada, homens e mulheres acima dos 50 anos frequentam espaços culturais e clubes com um objetivo em comum: usufruir dos prazeres da dan­ça. A trilha, normalmente, reúne relei­turas mais cadenciadas de sucessos atuais e um verdadeiro flashback, com hits das décadas de 1950, 1960 e 1970.


A dança é uma atividade que faz bem à saúde física e emocional em qualquer idade. Mas, quando se trata da terceira idade, o benefício é ainda maior: a práti­ca evita a solidão e o isolamento. Os aposentados Helena Avelino Fer­reira, 73, e Abilio Borges dos San­tos, 73, são casados há 11 anos e frequentam o tradicional Clube Pirati­ninga todos os domingos, há cinco anos, onde dançam juntos.


“Há 20 anos me di­vorciei e comecei a vir aos bailes com uma amiga, para me distrair”, lembra Helena. “Adoro dançar. Me relaxa, e eu fico muito feliz ao ouvir as músicas do meu tempo”, completa.


Helena teve câncer de mama em 2006 e, novamente, em 2016. Passou por duas cirurgias para a retirada dos nódulos. Ela atribui à dança o fato de não ter se entregado à depressão. “Eu saía para dançar e não ficava em casa pensando em doença nem em tristeza.”


O marido dela também encontrou na dança sua recuperação. Há 15 anos, so­freu um AVC (acidente vascular cere­bral) e ficou um tempo paralisado, com dificuldade para mexer as pernas.


“Foi a dança que me ajudou a recuperar os movimentos. Fui me soltando e hoje es­tou ótimo”, explica Santos. “A música me uniu à Helena. Eu a levei para fazer aula de canto em um coral, e ela me levou para a aula de dança. Somos muito felizes juntos”, conta.


A atividade conquista até quem já é acostumado ao mundo das artes. O ator Stepan Nercessian, 64, é um exemplo. Em 2006, ele foi vice-cam­peão do Dança dos Famosos, quadro do programa Domingão do Faustão (Globo) em que celebridades compe­tem em diferentes ritmos. “Foi ótimo ter feito parte do quadro. Achei que tinha sido chamado só pa­ra ser o participante fora de forma. Fuime envolvendo e me apaixonando por aquilo, até que cheguei à final.”


Nercessian lamenta não ter conse­guido manter o hábito após o programa e diz que, hoje, só dança de vez em quan­do. “É uma forma lúdica de se exercitar. Além de divertir, evita as chatices que são encontradas nas academias. É uma atividade que movimen­ta o corpo e faz bem para a alma.”


Um artista que concorda com essa máxima é o cantor Sidney Magal, 68. Em 2016, ele fez parte do elenco do Dança dos Famosos, sendo elimi­nado na segunda semana. Mas essa manifestação artística nem de longe deixa de fazer parte de sua vida. “Danço desde antes da minha carreira de cantor. É uma maravilha, porque une a expressão do corpo com a música, a ar­te mais linda que há”, declara-se.


Magal ressalta o bem que a modali­dade pode fazer à mente. “Quem assiste a um número de dança não tem ideia do trabalho que é aprender uma coreo­grafia. Essa disciplina que a dança ensi­na a gente leva para a vida toda.”


CUIDADOS BÁSICOS Antes de começar a rodopiar pelo sa­lão, no entanto, vale fazer um checkup da saúde, a fim de evitar lesões ou ou­tros problemas. É o que indica Anna Ca­rolina Peres, geriatra da AME Idoso La­pa e da Clínica Vita. Com informações da Folhapress.


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