Vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial, Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quinta-feira (30), em Curitiba (PR), que o partido está discutindo quatro alternativas a Lula, caso o petista seja impedido de concorrer nas eleições de outubro.
Questionado pela imprensa internacional se a legenda não precisa encontrar uma nova “cara”, Haddad disse que o PT é o partido que conta com mais lideranças.
“Estávamos até há pouco discutindo quatro alternativas ao Lula, mas não queríamos discutir isso. Queríamos focar no nosso problema maior, a defesa intransigente do que consideramos justo no país.”
Principal cotado para substituir Lula na cabeça da chapa, Haddad completou: “Esse posicionamento político é mais importante do que qualquer estratégia eleitoral, porque é isso que vai ficar para a história. O quanto fomos solidários a um líder da dimensão do Lula, que tem 50 anos de vida pública”.
O PT vinha se negando a falar publicamente sobre um possível substituto para o ex-presidente, mas a estratégia é debatida internamente.
Além de Haddad, também visitaram Lula nesta quinta-feira a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o líder alemão Martin Schulz, e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, reforçando o discurso do partido de que a comunidade internacional apoia a candidatura de Lula e questiona a idoneidade de seu julgamento.
Schulz é ex-presidente do SPD (Partido Social Democrata) da Alemanha e do Parlamento Europeu. Seu partido ficou em segundo lugar na eleição alemã do ano passado, que teve como vitoriosa a CDU (União Democrata-Cristã) de Angela Merkel.
Ele afirmou a jornalistas que não queria proferir um juízo sobre a Justiça brasileira, mas que há “grandes dúvidas” sobre o processo de Lula. “Nenhum poder do mundo poderá me impedir de continuar confiando num homem com quem cooperei durante muitos anos, em quem continuo confiando”, afirmou.
Schulz também disse que ficou impressionando ao encontrar um “homem corajoso, combativo, otimista e ver como está resistindo a circunstâncias muito desfavoráveis”.
O sociólogo Boaventura de Sousa Santos, professor da Universidade de Coimbra, afirmou ter saído do encontro “inspirado”. “[Lula] Está forte, a pensar e influenciar o país de dentro de uma cela. É de uma grandeza, de uma energia, de uma vitalidade, de uma lucidez absolutamente extraordinária. A grandeza desse país está a ser resgatada por este homem neste momento. Não é o Lula pessoa, é o Lula ideia.” Com informações da Folhapress.