Mulher pede perdão após dizer que ficou chateada com menina que cometeu suicídio

Imagem: ilustrativa

Nazira Braga pediu perdão aos internautas nesta segunda-feira (13) pelos comentários que fez em seu perfil pessoal no Facebook, onde afirmava ter ficado chateada com a estudante encontrada morta no bairro Belo Jardim II, em Rio Branco. Numa nova publicação, a mulher diz que seu pensamento exposto na internet foi mal interpretado.


A adolescente de 17 anos foi achada morta na casa onde morava com a família. Nazira, assim como contou a reportagem publicada no Ecos da Notícia, afirmou por meio das redes sociais que a menina tinha cometido suicídio e que por ficou chateada com ela. Após ser duramente criticada, a mulher resolveu voltar atrás e se desculpar.


“Depois de uma reflexão intensa, e pensamentos voltados à Deus, pedindo orientação, venho a público pedir perdão a todos que se sentiram ofendidos com o comentário infeliz que fiz na minha página pessoal do Facebook, dizendo que tinha ficado chateada com a menina, porque ela se matou”, diz um trecho do texto publicado por ela.


A mulher, que é da Igreja Adventista do Sétimo Dia, segue a publicação dizendo que: “naquele momento, eu estava levada pela angústia e desespero, por ter visto a moça nos seus últimos momentos e não poder ter feito nada para ajudar ela a viver. Aquela adolescente que poderia ser minha filha, a filhinha que não tenho. Não lembrei do detalhe que poderia ser depressão e, que depressão também é uma doença que mata, pois nem todos reagem. Neste momento só quero que todos me perdoem, pelo infeliz comentário. Peço desculpas de coração. Quem me conhece sabe da imensidão do meu coração. Atitudes de solidariedade e busca constante do aprimoramento no meu caráter. Sou nascida no Acre, sou trabalhadora honesta e vivo neste contexto social, selecionando o que tem de bom para minha vida, e da minha família e amigos que precisarem. Não sou e nunca fui mau pessoa. Apenas me expressei mal”.


O suicídio pode ser evitado

Durante séculos, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda existe o medo e a vergonha de se falar abertamente sobre esse problema com os amigos ou até mesmo com a família. O tema é cercado pelo preconceito.


No Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), existe uma equipe de profissionais que identifica os pacientes que dão entrada na unidade por tentativa ou indução ao suicídio. Internações e acompanhamento familiar fazem parte do atendimento. O núcleo funciona 24 horas por dia.


“O suicídio é considerado uma epidemia silenciosa. É como se fosse invisível, ainda por questões de tabu. Qualquer ameaça ou tentativa de suicídio deve ser levada a sério. Se for ignorada, uma vida pode ser perdida”, afirma a psicóloga Andreia Vilas Boas, coordenadora do Núcleo de Prevenção ao Suicídio.


Uma ligação pode mudar tudo

As ligações de prevenção de suicídio feitas para o Centro de Valorização da Vida através do número 188 são gratuitas para todo o Brasil. O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio, com voluntários que dão apoio emocional a todas as pessoas que querem e precisam conversar.


Os atendentes recebem treinamento adequado e não precisam ter formação em psicologia. Todas as ligações são sigilosas. Esta ação faz parte do plano de metas elaborado pelo Ministério da Saúde para diminuir as taxas de suicídios no Brasil em 10% até o ano de 2020.


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