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‘Japonês da Federal’ revela que trabalhou para a ditadura militar

(Foto: Reprodução / TV Globo)

Antes de ganhar fama em todo o país como o “Japonês da Federal”, Newton Ishii trabalhou para a ditadura militar, na década de 1970. Ele confessou no programa “Conversa com Bial”, que foi ao ar na TV Globo no início da madrugada desta quinta-feira (16), que foi um espião durante os anos de chumbo.


“Trabalhei, na época da ditadura militar, em diretório estudantil como infiltrado entre os estudantes. Frequentava as reuniões e depois passava as informações”, afirmou.


Embora tenha colaborado com a ditadura, Ishii afirmou que prefere o período de democracia. “Tudo tem sua época. Mas democracia é essencial. Sou contra direita e esquerda”, disse.


Agora aposentado, ele lançou sua biografia e também recordou dramas pessoais durante o programa, como o suicídio do filho, Eduardo, e a morte da mulher, Fátima.


Newton Ishii se aposentou em fevereiro deste ano, aos 62 anos. Com a deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, o agente passou a ser conhecido em todo o Brasil. A cada fase da operação, Ishii aparecia ao lado empreiteiros, operadores financeiros, políticos e funcionários públicos que eram presos.


A fama ao conduzir presos importantes rendeu memes ao Japonês da Federal. Ele também virou boneco de Olinda e uma máscara de carnaval com seu rosto foi a mais vendida durante os dias de folia.


Condenação

Newton foi condenado em 2009 por facilitar a entrada de contrabando no país. Em junho de 2016, ele chegou a ser preso em virtude da Operação Sucuri, que descobriu envolvimento de agentes na entrada de contrabando pela fronteira, e passou a cumprir pena em regime semiaberto.


“Cheguei a conduzir presos com tornozeleira eletrônica. Eu e o preso”, recordou.


Quatro meses depois, o agente teve a pena reduzida e retirou a tornozeleira eletrônica. À Polícia Federal (PF) disse, à época, que a redução de pena se deu devido aos dias trabalhados pelo agente. A cada três dias trabalhados, foi descontado um dia da pena total.


Quando ele foi condenado era aposentado. Mas depois da sentença, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou a aposentadoria dele irregular por causa da contagem de tempo de serviço. Quando fez o pedido de aposentadoria especial voluntária, em outubro de 2016, Newton declarou mais de 30 anos de serviço, que é exigência mínima para o pedido de aposentadoria especial. (G1)

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