“A Coreia do Norte continua representando “uma ameaça grave e iminente”, considerou nesta terça-feira (28) em seu relatório anual o ministro japonês da Defesa, apesar dos progressos diplomáticos dos últimos meses.
No ano passado, em um momento de fortes tensões com Pyongyang pelos disparos de mísseis e testes nucleares, o presidente americano, Donald Trump, prometeu “fogo e fúria” contra a Coreia do Norte.
Mas os Jogos Olímpicos de Inverno organizados na Coreia do Sul facilitaram uma aproximação que culminou em uma cúpula histórica, em 12 de junho em Singapura, entre Trump e o dirigente norte-coreano, Kim Jong-Un.
No entanto, Tóquio mantém uma posição inflexível: “não há mudanças em nossa conclusão da ameaça representada pelas armas nucleares e os mísseis norte-coreanos”, insiste o relatório.
Esta ameaça, que continua sendo “sem precedentes”, de acordo com o Ministério, “prejudica consideravelmente a paz e a segurança da região e da comunidade internacional”, segundo o documento.
O ministro da Defesa, Itsunori Onodera, leva em conta o “diálogo” estabelecido entre Coreia do Norte e seus antigos inimigos, mas destacou que “não podemos ignorar o fato que, ainda hoje, Pyongyang possui centenas de mísseis que colocam quase todo o conjunto do território japonês ao seu alcance”.
Em resposta, o governo japonês reforça suas capacidades de defesa com regularidade. No fim de julho, anunciou um investimento de US$ 4,2 bilhões nos próximos 30 anos para instalar e explorar o dispositivo terrestre americano de interceptação de mísseis.
Além disso, o Japão reafirmou as suas “vivas preocupações” com as ambições militares e navais da China. Pequim “tenta modificar o status quo à força” na região, segundo o governo japonês.
A porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying, rechaçou os assinalamentos do Japão, considerando que se tratam de “acusações infundadas” e “irresponsáveis”.
“Esperamos que os japoneses não usem todo o tipo de desculpas para aumentar suas forças militares, mas que olhem para um panorama mais amplo de uma relação estável com a China”, disse. Com informações do France Presse.