A ONU alertou para a crise na região e afirmou que ela já se aproxima da emergência detonada pela fuga de populações do Oriente Médio e da África pelo Mediterrâneo
O governo do Peru declarou nesta terça-feira (28) que vários distritos na fronteira com o Equador estão em situação de emergência por “perigo iminente” para a saúde devido ao fluxo maciço de venezuelanos que fogem da crise econômica e humanitária em seu país.
A ONU, na semana passada, alertou para a crise na região e afirmou que ela já se aproxima da emergência detonada pela fuga de populações do Oriente Médio e da África pelo Mediterrâneo. Estima-se que 2,3 milhões de pessoas tenham deixado a Venezuela, ou 7,5% da população do país.
Autoridades de saúde do Peru expressaram preocupação com a possível disseminação de doenças como sarampo e malária pelos imigrantes venezuelanos, que tinham acesso precário a remédios e cuidados com a saúde em meio à grave crise na Venezuela.
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A emergência, que durará 60 dias segundo decreto assinado pelo presidente Martín Vizcarra, foi declarada para os distritos de Aguas Calientes, Zarumilla e Tumbes, que receberam nos últimos dias grande fluxo de migrantes diante do início da exigência de passaporte, na semana passada.
No último dia 24, o governo do Equador anunciou a criação de um corredor humanitário para facilitar a chegada desses migrantes até o Peru.
Cerca de 420 mil venezuelanos estão no Peru, quatro vezes mais do que no ano passado, segundo o escritório de migrações do país. Desses, apenas 178 mil têm permissão de residência ou pedido de visto sendo processado.
Com 1 milhão de venezuelanos, a Colômbia é o país que mais recebeu imigrantes em fuga da crise no país vizinho. Bogotá pede à ONU a criação de um posto de enviado especial para lidar com a crise.
Chanceleres de Equador e Colômbia, e possivelmente Peru e Brasil, irão se reunir na próxima semana no Equador para debater a crise na região.