No Acre, secretário de polícia e comandante da PM repudiam senador que pediu Intervenção Militar

Fotos/Reprodução

O secretário de Polícia Civil do Acre, Carlos Flávio Portela, assim como o comandante da Polícia Militar, Marcos Kinpara, e o comandante do Corpo de Bombeiros, Carlos Batista, emitiram nota de repúdio contra o senador Sérgio Petecão (PSD) após o parlamentar pedir Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Acre.


Para o secretário Carlos Flávio, o discurso de Petecão na terça-feira (10) foi oportunista e político-eleitoral. Ele citou que confrontos de facções ocorrem em vários outros estados da federação, e que o governo estadual, por meio do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), não tem medido esforços para o enfrentamento à situação.


Kinpara, comandante da PM, afirmou que a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, juntamente com as demais forças, estão desenvolvendo diversas atividades e soluções para combater o crescimento da criminalidade no Estado. Entre elas, as operações Álcool Zero, Longo Alcance, Visibilidade e Fronteira Segura.


Saiba mais sobre o assunto


Veja as notas na íntegra:


NOTA DE REPÚDIO-POLÍCIA CIVIL


A Secretaria de Estado da Polícia Civil (SEPC) vem por meio desta repudiar, de forma veemente, a manifestação do senador Sérgio Petecão feita na tribuna do Senado Federal na data de ontem, terça-feira, 11, a qual reputamos oportunista e com nítida conotação político-eleitoral.


É certo que o Estado do Acre vive um momento delicado na Segurança Pública, como, aliás, se vê em todo o território nacional. O cenário que se apresenta é fruto de uma guerra declarada entre grupos criminosos sediados em São Paulo e Rio de Janeiro, que a partir da fragilidade das fronteiras na Amazônia passaram a usar o Acre como porta de entrada para o tráfico de drogas.


Desde então, o governo estadual, por meio do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), não tem medido esforços para o enfrentamento à situação. No caso específico da Polícia Civil, além de suas atividades ordinárias, realizou só este ano 15 operações, tendo como resultado 755 prisões, com base em atividades de inteligência com foco no combate às organizações criminosas.


No que toca à apreensão de drogas ilícitas, cabe destacar que justamente a partir de 2015 a quantidade aumentou exponencialmente, totalizando cerca de 500 quilos de cocaína e mais de uma tonelada de maconha apreendidos nos anos de 2015, 2016 e 2017. Esses números revelam o trabalho das forças de segurança do Estado, que se deparam cotidianamente com problemas advindos do tráfico internacional de drogas que traz sequelas indescritíveis para o convívio social do Estado.


Não à toa, o governador Tião Viana capitaneou o Encontro Nacional de Governadores e Operadores de Segurança Pública, no fim de 2017, no qual se destacou a necessidade de se estabelecer uma estratégia para fortalecer as fronteiras acreanas com uma participação mais efetiva do governo federal no cumprimento de sua missão constitucional.


Cabe ao senador, como líder de bancada do Acre, lutar pelo fortalecimento das forças estaduais, inclusive pela liberação dos R$ 39 milhões oriundos de emendas de bancada. Gostaríamos de ver também o senador, legislador que é, propor alterações legislativas nas questões penais que de fato ajudem a manter os presos de fato encarcerados, ou seja, longe do convívio social, pois sabemos que um dos problemas que enfrentamos, além da própria bandidagem, é a fragilidade de nossas leis penais. Não consta, nos seus oito anos de mandato, nenhum projeto de lei com essa finalidade.


Por fim, reafirmamos nosso compromisso com o povo acreano no sentido de enfrentarmos com vigor e inteligência as ações criminosas, o que fica demonstrado com as diversas operações, prisões e apreensões realizadas recentemente.


Rio Branco – Acre, 11 de julho de 2018


Del. Carlos Flávio Portela Richard
Secretário de Polícia Civil


NOTA DE REPÚDIO-MILITARES


Os Comandantes-Gerais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado do Acre vêm a público repudiar a declaração do senador Sérgio Petecão durante pronunciamento na tribuna do Senado Federal, na última terça-feira, 10, em que ataca as forças de segurança do Estado afirmando que os índices criminais no Acre são alarmantes e que o Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP) está atuando no seu limite, sem alcançar resultados.


Nesse sentido, reforçamos a necessidade de unir forças em torno da Segurança Pública. Neste momento, palavras de enfraquecimento em nada contribuem com o nosso trabalho. Ainda nesse norte, causa-nos estranheza que o parlamentar, durante seu mandato de oito anos, nunca apresentou soluções e/ou ideias que pudessem contribuir com o fortalecimento das instituições que combatem o crime no Estado, exceto no presente momento em que se avizinham as eleições.


Na contramão do que foi dito pelo senador Petecão, destacamos que a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, juntamente com as demais forças, estão desenvolvendo diversas atividades e soluções para combater o crescimento da criminalidade no Estado. Entre elas, salientamos as operações Álcool Zero, Longo Alcance, Visibilidade e Fronteira Segura, integrada com as polícias peruana e boliviana. Estão sendo implementadas, ainda esta semana, a Ronda nos Bairros e o Policiamento de reforço na área comercial, com aporte de efetivo inclusive do serviço http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo.


Não descuidamos também das ações e soluções preventivas que já desenvolvemos por meio do PROERD, Banda Mirim, Guarda Mirim, Bombeiro Mirim e os Colégios Militares, ações que trarão resultados no médio e longo prazos na construção de uma sociedade mais justa, responsável e ordeira, frisando que os comandos das corporações e dos Batalhões e Unidades Especializadas estão liderando pessoalmente suas tropas nas ruas e bairros.


Somente neste ano de 2018, de janeiro a junho, a Polícia Militar, por meio das suas operações e atividades, já recuperou 601 veículos, realizou o cumprimento de 368 mandados de prisão, conduziu 5.708 pessoas às delegacias de polícia e realizou 166.040 abordagens a cidadãos e veículos, tendo apreendido mais de 1.200 armas de fogo e brancas. Por fim, nós, operadores de segurança, não achamos justo imputar todos os problemas da segurança à atuação das polícias, que estão diuturnamente no combate à criminalidade e defesa da sociedade, sendo que essa luta perpassa por todos os poderes e instituições.


Finalizamos com a fala do comandante do BOPE, major Assis dos Santos: “Este momento de crise vai passar e as pessoas que você conhece irão perguntar: durante a crise, você fez o quê? Eu não sei você, mas eu direi: orei a Deus, vesti a farda, me equipei e fui para o combate! Agora eu pergunto: o que você fará? A qualquer hora, a qualquer preço! Idealismo como marca de vitória!”.


CEL. PM Marcos Kinpara
Comandante-Geral da PMAC


CEL. BM Carlos Batista
Comandante-Geral do CBMAC


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