Rio Branco tem toque de recolher, de modo oculto. Esta semana estive na praça ao lado da biblioteca, Centro, pouco depois das oito da noite, com meu neto, e pra minha surpresa, não tinha ninguém. Só a senhora do pastel com seus filhos.
A Catedral às escuras, logo depois da missa, apagam luzes e fecham os portões. A Biblioteca fechada, às escuras também.
Deixei meu neto correr um pouco, mas a cabeça girando para todos os lados, vendo quem ía passando, ouvindo ele falando um “oi” exultante, inocente , para um rapaz que chegou de moto e que respondeu com outro oi e voltei pra casa. O dia seguinte meu pescoço doía, horrivelmente.
Fátima Almeida é historiadora e professora aposentada