Caso ocorreu em Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rio Branco em 2016 e foi flagrado por câmeras. Defesa da médica Sirlândia Brito disse que vai recorrer da decisão.
A médica Sirlândia Brito foi condenada a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais à família de uma criança com Síndrome de Down, que ela agrediu em 2016. O menino, que na época tinha 6 anos,levou um tapa da médica em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rio Branco.
A decisão é do 3º Juizado Cível da Comarca de Rio Branco e foi publicada nesta sexta-feira (8) no Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). A decisão cabe recurso.
A agressão foi gravada por uma câmera de segurança da unidade. Nas imagens, ela aparece sentada ao lado do marido aguardando atendimento. A criança surge e dá um tapa no ombro dela, que reage rapidamente com outro tapa. A mulher ainda olha para a criança, vira o rosto e aponta para o ombro para indicar onde o garoto havia batido. Em seguida, age como se nada tivesse ocorrido.
O G1 entrou em contato com a médica por telefone, mas a ligação foi interrompida por ela após saber do que se tratava. Porém, a defesa de Sirlândia falou que ela já foi absolvida de outras três ações, no Conselho Regional de Medicina, na Secretaria de Saúde e uma criminal. O advogado Sanderson Moura disse que vai recorrer do resultado da ação cível.
“O laudo não comprova nenhuma agressão, comprova a mãe dela indo em direção à criança. A criança não chorou e não ficou nenhuma marca física e por isso ela está sendo absolvido das outras ações”, complementou.
Agressão física e verbal
A empresária e mãe do menino, Liliane Pereira, acredita que a justiça foi feita. Ela relembra que o filho foi agredido tanto fisicamente como verbalmente pela profissional. Para ela, o objetivo maior é fazer com que a médica não cometa o mesmo erro com outras crianças.
“Estou muito satisfeita. Meu maior interesse é que quando ela veja uma criança com Down pense duas vezes antes de agredir e falar besteira. Agrediu ele fisicamente e verbalmente. Meu maior propósito é que ela possa respeitar”, afirmou.
Dias depois do caso, a médica se posicionou em uma rede social. Na postagem, ela afirmava que foi “um ato automático” após sentir uma batida nas costas.
A médica nega as acusações dos pais da criança de ter chamado o menino de ‘débil mental’ e de ter dito que ele tinha que andar ‘amarrado’.
“Percebi uma batida em minhas costas e num ato automático joguei minha mão para trás, sendo que só depois percebi se tratar de uma criança com Síndrome de Down. Minha reação não machucou a criança, nem mesmo levou a criança a chorar. Quando a mãe retornou até onde estava a criança, expliquei o que tinha acontecido, mas ela não quis conversa, chamando-me de ‘louca’, ‘desequilibrada'”, afirma a médica.