Em 2016, foram registrados 215 casos de estupros nas delegacias do estado. Em todo o país, foram 49.497 casos, segundo Atlas da violência.
O estado do Acre registrou 215 casos de estupros no ano de 2016, conforme os dados do Atlas da Violência 2018 divulgados na terça-feira (5) pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Os dados mostram que a maioria das vítimas de estupro no estado têm idade entre oito e 13 anos. De acordo com a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (Depca) somente nos cinco primeiros meses de 2018, foram notificados 31 casos.
Em todo o país, foram 49.497 casos registrados pelas delegacias em 2016. Nesse mesmo ano, no Sistema Único de Saúde foram registrados 22.918 casos dessa natureza, o que representa aproximadamente a metade dos casos notificados à polícia.
A pesquisa diz que no Acre 30% dos agressores são pessoas conhecidas da família. Mas, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente no estado diz que esse número chega a ser bem maior, quase 90%.
A delegada Elenice Frez afirmou que os principais agressores são os padrastos, vizinhos e namorados das vítimas. Os estupros geralmente ocorrem em casa, na casa de amigas ou na casa dos namorados.
“Aqui no Acre, temos observado que o perfil dos agressores é, na maioria das vezes, conhecido da vítima, vizinho, parente de todas as formas. Temos um número maior de casos investigados aqui na delegacia de estupros praticados por padrastos, seguidos de conhecidos, vizinhos, pai, tios e primos e um número baixo de estupros praticados por desconhecidos”, disse a delegada.
No ano de 2017, de acordo com a delegacia, foram registrados 97 estupros. As vítimas são acompanhadas por psicólogos e assistentes sociais.
“Para combater esse crime, é extremamente necessário que as famílias estejam mais vigilantes. Se formos observar os números de estupros somados as delegacias Deam e Depca, temos que a quantidade de abuso praticada contra crianças é infinitamente maior do que o praticado contra mulheres maiores. Então, temos uma realidade de que nossas crianças não estão sendo cuidadas e protegidas”, afirmou Elenice.
A delegada diz que esse combate tem que envolver toda a sociedade, já que as vítimas, como são crianças e adolescentes, têm medo de denunciar, porque geralmente são ameaçadas pelos agressores.
“Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, essa obrigação de resguardar os direitos das crianças não é só da família, é também da sociedade em geral e do estado. Então, precisamos unir essas forças para proteger nossas crianças e adolescentes”, concluiu a delegada.