Mileide Estevão, 16 anos, essa é a identificação da adolescente executada com quatro tiros de pistola ponto quarenta na noite de domingo (10), na Rua Mário Maia, localizada no bairro Laélia Alcântara, na região do Calafate, em Rio Branco. A vítima estava acompanhada de uma criança de apenas quatro anos quando foi surpreendida por dois criminosos numa motocicleta.
A reportagem do Ecos da Notícia esteve no local onde a estudante foi morta e apurou com os moradores que após os homens atirarem nela, a criança correu pedindo ajuda. Mileide era homossexual e, segundo relatos de populares, confirmados pela polícia, não integrava nenhuma facção.
Uma das irmãs da adolescente ficou em estado de choque ao ver o corpo caído ao chão. Segundo ela, a família acredita que os criminosos podem ter confundido Mileide com um homem.
“Minha irmã era só uma menina sonhadora, só posso acreditar que ela tenha sido morta por engano. Talvez por ela se vestir como homem e ter cortado o cabelo possam ter confundido ela com um homem. Eu amo tanto ela, meu Deus, me mande força pra suportar essa dor”, lamentou a jovem.
Peritos do Instituto Médico Legal (IML) foram acionados e recolheram o corpo que foi levado à sede da instituição. Amigos da estudante se revoltaram com o fato de o corpo da vítima ser colocado na carroceria de uma viatura, e afirmaram que o Estado não respeita as pessoas nem depois de mortas, os tratando como animais.
“Isso é uma falta de respeito muito grande, esse governo não respeita ninguém mesmo. A pessoa viva já não respeitam, quando morre é dessa forma, tratada como um cachorro. Ela era sapatã mas não era bandida não”, disse uma das amigas.
Ao todo, pelo menos 6 viaturas policiais foram deslocadas para a rua onde aconteceu o assassinato apenas para isolar o local. O caso é mais um a ser investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Com esta morte, sobe para 5 o número de menores executados nos últimos dias na região do Calafate.
Com essas constantes mortes de menores que nem mesmo possuem envolvimento com o meio criminoso cai por terra o discurso do setor de segurança pública de que apenas criminosos morrem nos confrontos de facções rivais no Acre.