Concurso de ruas ornamentadas para a Copa é cancelado e prefeitura culpa violência em Cruzeiro do Sul

Além da falta de incentivo nos bairros, moradores também reclamam de buracos nas vias. Outros arriscam e ornamentam as ruas mesmo assim. Já a prefeitura culpa a violência pelo cancelamento do prêmio.

Ademir Maciel, secrátario de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer, alega que violência desmotivou a realização do concurso que nas últimas edições de copa do mundo premiou as ruas mais bem enfeitadas para torcer e apoiar a seleção brasileira na busca de mais um título mundial.

Ele diz que convidou mais ou menos 20 pessoas que poderiam ser juradas em uma competição de ruas e nenhum deles aceitou.

“Disseram não se sentiam seguras para entrar em determinadas ruas para emitir notas devido a questão de violência. Há 4 anos, as famílias ficavam nas ruas ornamentando as ruas até altas horas da noite. Hoje ninguém tem coragem de fazer isso. Não estamos fazendo o concurso devido essa questão de violência”, se explica.

Ele completa ainda que a falta de competição não é desculpa para que as ruas não ganhem as cores do Brasil.

Mas, os muitos buracos nas ruas também não são tão chamativos para José Barros, de 51 anos. Ele mora na rua Martinho do Carmo, que nas duas últimas copas foi vendecora do concurso.

“Não tem como fazer um trabalho bom. As ruas estão cheias de buracos e sujeiras. Parece que as ruas estão abandonadas. Além disso, não temos incentivo, não vai ter concurso. Nas duas últimas copas ficamos em primeiro lugar e, se tivesse o concurso, iríamos tentar melhorar ainda mais. Mas, infelizmente, faltou incentivo da prefeitura”, reclama.

Fábio Correia é morador da Rua 17 de Novembro, no bairro do Alumínio, que foi vice-campeã do concurso em 2014. Ele diz que comunidades estão desmotivadas.

“Faremos um pequeno enfeite apenas com bandeirolas para assistir os jogos do Brasil. Quando tem o evento de premiação para a rua mais ornamentada, une as comunidades em torno do período e deixa tudo mais bonito. Esse ano está meio triste, as pessoas estão desmotivadas devido a falta da premiação”, destaca.

Já Jonas Rocha, de 30 anos, mora na Rua Leopoldo de Bulhões, terceira colocada em 2014, que é uma das poucas ruas que já está sendo ornamentada, e diz que espírito de patriotismo deve prevalecer.

“Isso já é tradição. Espero que título venha para trazer alegria ao nosso país que hoje vive um clima tenso devido a onda de violência. Isso serve para unir os vizinhos para afastar essa violência que tira o sossego de muitas pessoas”, acredita.

A Copa terá início na quinta-feira (14), enquanto que a estreia da seleção brasileira está prevista para o domingo (17) diante da Suíça. Até lá, outras ruas devem ser ornamentadas para fazer coro para mais uma conquista brasileira.