Cirurgias são adiadas devido falta de luvas e fios de sutura no Hospital das Clínicas

Procedimentos cirúrgicos que seriam realizados no Hospital das Clínicas, em Rio Branco, na última quarta-feira (13) foram adiados por falta de materiais como luvas e fio de sutura.


A denúncia partiu de pacientes que aguardavam pelas cirurgias e a informação foi confirmada pela direção da unidade.


Não é de hoje que os pacientes que estão na fila de espera para uma cirurgia no Hospital das Clínicas reclamam. Tanto pela demora do procedimento cirúrgico, como pela falta de materiais básicos, como luvas de procedimento, fio de sutura, bolsa coletora e medicamentos.


A superintendente do Hospital das Clínicas, Juliana Quinteiro, confirmou a falta do material. “Se for nas cirurgias da semana passada, o material que faltou foi um fio específico, com uma agulha específica para cirurgia ginecológica”, disse.


A funcionária pública Maria Amélia da Costa tem pedra na vesícula e nos rins e já está na fila de espera da cirurgia há dois anos e nada de ser chamada. Agora, vai tentar fazer a cirurgia dos rins.


“Eu vim agendar o exame hoje para fazer a cirurgia e disseram que só vão chamar para fazer o exame dia 5 de outubro. Três meses para fazer esse exame, para poder enviar para Porto Velho, porque aqui não faz”, reclamou Maria.


Outra paciente é uma mulher de Xapuri que buscou atendimento em Rio Branco. Ela, que não quis ser identificada, estava internada no Hospital de Urgência e Emergência da capital também com problemas na vesícula e foi liberada mesmo com dor, porque não tinha vaga no Hospital das Clínicas para realizar a cirurgia.


A acompanhante dela, que também preferiu não se identificar, informou que desde 2013 a mulher vem sofrendo com esse problema e ainda não conseguiu ser operada.


A superintendente do Hospital das Clínicas afirmou que a taxa de suspensão de cirurgia no Brasil é de 19%, e o Acre está dentro da margem.


“Lógico que não deveria existir nenhum tipo de suspensão por falta de materiais, mas essa é uma realidade de todo Brasil, se a gente for fazer um estudo, existe uma taxa de 19% em todo Brasil”, afirmou Juliana.


Segundo o promotor de justiça, Glaucio Ney Shiroma, da promotoria da saúde, essas demandas chegam diariamente ao Ministério Público do Acre. Segundo ele, um termo de acordo foi estabelecido com o estado, para reduzir a fila de espera nas cirurgias no hospital.


“É bastante importante dizer que não se pode, em uma lógica, da regulação de saúde, não se deve agendar uma cirurgia com materiais que estão faltando, porque aí você gasta o tempo cirúrgico do médico, bloqueai o bloco cirúrgico, e acaba evitando que outras pessoas, possam acessar também o serviço”, explicou o promotor.


Mesmo com a demanda reprimida, de acordo com o promotor, a fila de espera para as cirurgias vem reduzindo desde 2013 no estado. Mas, ele destaca que a falta de materiais básicos para os procedimentos deve ser corrigida pela gestão.


“Caso o poder público não adote providência, ou adote providências insatisfatórias, o Ministério Público, bem como outras instituições, certamente promoverá as medidas necessárias”, concluiu o promotor.


Fonte: G1/Acre


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