Manicure leva filha com deficiência motora junto para atender clientes em casa: ‘o amor rompe barreiras’

Ana Paula, de 17 anos, teve icterícia e perdeu a coordenação motora na primeira semana de vida. A manicure Lúcia Barreto também é mãe de outros dois filhos e os sustenta praticamente sozinha.

Mãe de três filhos, a manicure Lúcia Barreto leva a caçula Ana Paula, de 17 anos, quando vai atender as clientes a domicílio, em Rio Branco. Ana tem deficiência locomotora e é totalmente dependente de Lúcia. Apesar das dificuldades, a mulher decidiu se reinventar para poder sustentar os três filhos.


“Foi o momento de eu repensar e achar uma solução. Eu fui adaptando ela só na raça mesmo. Ia trabalhar a pé com guarda-chuva do lado e Ana ainda pequena”, conta.


A deficiência de Ana foi causada por uma icterícia na primeira semana de vida de Ana. O problema é causado pelo aumento de um pigmento amarelo no sangue, a bilirrubina. Normalmente essa substância é liberada pelo rompimento comum das células vermelhas do sangue. Porém, quando não é metabolizada pelo fígado e liberada nas fezes, o bebê pode ter sequelas.


“Meu sonho era ter uma filha mulher e quando veio a notícia e a médica disse que ela ia ficar com sequelas eu não acreditava, fui acreditando no decorrer do tempo”, relata.


Lúcia leva a filha junto quando vai atender clientes a domicílio em Rio Branco  (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Lúcia leva a filha junto quando vai atender clientes a domicílio em Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


Além de Ana, Lúcia é mãe de Rafael, de 19 anos, e Lucas, de 18. Cuidar praticamente sozinha de três crianças, uma delas com deficiência, não foi uma tarefa fácil. A profissão de manicure surgiu pra sustentar os filhos. Essa foi a forma que a mãe encontrou de trabalhar e cuidar da filha, atendendo a domicílio e levando Ana junto.


Agora, a manicure possui um carro que facilita a locomoção das duas. Para a casa, ela comprou móveis para deixar o ambiente mais confortável para Ana. Até a cadela Meg ajuda a estimular os sentidos da adolescente. Foram anos de muito trabalho, mas também muitas vitórias no desenvolvimento da filha.


“Ela era muito espástica, os movimentos totalmente bruscos. No decorrer do tempo ela foi só melhorando. Ela não fixava o olhar para as pessoas e hoje em dia se você olhar para ela com o olhar fixa ela e entende. Minha filha é normal dentro das limitações dela”, destaca.


 Aos 17 anos, Ana estuda no ensino regular e mãe afirma que ela conquistou várias vitórias (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Aos 17 anos, Ana estuda no ensino regular e mãe afirma que ela conquistou várias vitórias (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


Aos 17 anos, Ana frequenta o ensino regular sendo essa mais uma das conquistas na vida de mãe e filha. E mesmo com os filhos crescidos e tantas vitórias Lúcia ainda acredita que poderia ter feito melhor.


“A gente, como mãe, sempre acha que ainda tinha que fazer mais”, finaliza.


Lúcia diz que precisou se reinventar, mas que sem a filha não seria metade da mulher que é hoje (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Lúcia diz que precisou se reinventar, mas que sem a filha não seria metade da mulher que é hoje (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


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