Mais de 70% das detentas do Acre estão em presídios sem módulo de saúde, aponta levantamento

Levantamento foi divulgado este mês pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Em todo o Brasil, mais de 6,3 mil mulheres estavam presas em locais sem módulo de saúde


Mais de 70% das detentas do Acre estão em unidades que não possuem módulos de saúde. O dado faz parte da 2ª edição do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – Infopen Mulheres , que foi divulgado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em maio deste ano. Das 288 presas, somente 63, total de 22% tinha acesso a unidades de saúde.


O período analisado pelo Depen foi de dezembro de 2015 a junho de 2016 através de uma plataforma digital de pesquisas desenvolvida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


Ao G1, a Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) informou que a unidade feminina de Rio Branco é assistida pela Unidade Básica de Saúde do presídio Francisco de Oliveira Conde.


Na unidade existem três médicos, um clínico geral, um ginecologista e um psiquiatra. Além disso, a equipe conta com farmacêutico, dentistas, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiras e auxiliares. Toda assistência é dada por essa equipe multiprofissional.


Recentemente a unidade de saúde foi reformada e ampliada. Quando a necessidade de atendimentos especializados, o Iapen encaminha o atendimento aos hospitais de referência de Rio Branco, assim, garantindo a assistência médica das reeducandaa.


Em todo o Brasil, mais de 6,3 mil mulheres estavam presas em locais sem módulo de saúde. Nesse caso, segundo o levantamento, as apenadas ficam integralmente sujeitas aos critérios da direção do presídio para que tenham autorização para saída.


Porém, as presas, segundo o Depen, ficam sujeitas às dificuldades de logística de transporte da população carcerária para que tenham acesso às unidades de saúde mais próximas das penitenciárias.


Profissionais de saúde em presídios femininos

O levantamento mostrou ainda que o Acre possui apenas oito profissionais de saúde atuando integralmente me penitenciárias femininas e mistas. Ao todo, são três auxiliares e técnicos de enfermagem, dois dentistas, dois médicos clínicos gerais e um psiquiatra.


Os dados mostram que faltam ginecologistas, técnico e auxiliar odontológico e médicos de outras especialidades. No Acre, durante o primeiro semestre de 2016, foram realizadas 62 consultas médicas em unidades de saúde externas e 76 dentro dos presídios.


Nesse período no Acre também foram feitas seis consultas psicológicas, 32 odontológicas, uma intervenção cirúrgica, 25 pessoas foram vacinas e 12 passaram por outros procedimentos como sutura e curativo. A média foi de 2,2 consultas por presa.


Acre possui apenas oito profissionais de saúde atuando integralmente me penitenciárias femininas e mistas, diz Depen (Foto: Divulgação/TJ-AC)

Acre possui apenas oito profissionais de saúde atuando integralmente me penitenciárias femininas e mistas, diz Depen (Foto: Divulgação/TJ-AC)


Em todo o Brasil, no primeiro semestre de 2016, foram realizadas mais de 80 mil consultas, sendo apenas 26% realizadas em unidades de saúde fora dos presídios. A média nacional é de 2,3 consultas médicas para cada detenta nos seis meses de 2016, cerca de 2,77 consultas por habitantes.


Ainda no levantamento, o Depen registrou a taxa de agravos para cada mil presas. Conforme os dados, das 63 presas das quais tiveram acesso a informações de saúde, 95,2% tinham sífilis e hepatite. O Acre não registrou, até junho de 2016, nenhum caso de HIV, tuberculose e nenhum óbito de detentas.


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