Apresentador da Globo disse que pretende ser uma voz ativa no jogo eleitoral, ainda que não como candidato
Ex-aposta de outsider com boas chances de vencer a eleição presidencial, Luciano Huck disse não ver hoje “nenhuma liderança que admire de fato” na política.
No máximo, “tem aqueles [políticos] que você aceita”, afirmou nesta sexta-feira (11), no 1 Encontro de Lideranças Nacionais -justamente o que dizer estar em falta, ao menos na turma que hoje está no poder.
A jornalistas, após o painel, ele afirmou que por ora não pretende apoiar nenhum presidenciável, não neste “cenário tão indefinido”.
No debate, o apresentador da Globo disse que pretende ser uma voz ativa no jogo eleitoral, ainda que não como candidato.
Deu a entender, contudo, que o projeto eleitoral pode ser adiado para eleições futuras. “Acho que tenho tempo. Se quiser pensar nisso mais pra frente, sem dúvida vou estar mais preparado.”
Huck foi o primeiro nome de fora da política que a abandonar o barco eleitoral, seguido pelo ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa.
Ao contrário de Barbosa, que se filiou ao PSB caso decidisse concorrer à Presidência, o global não escolheu um partido para chamar de seu.
Seu caso, disse, foi diferente: “Precisei tomar decisão [sobre ser candidato ou não] muito antes do que a legislação permitia”. Fez-o por “questões profissionais”, contou.
Neste “que foi o ano mais intenso” de sua vida, Huck desistiu de vez da empreitada em fevereiro, dois meses antes do prazo estipulado pela Justiça eleitoral. Por meses, ficou num vaivém sobre topar ou não um pleito.
O PPS -para quem pretende doar dinheiro- era o partido mais provável para uma acolhida.
Ele antecipou sua resposta após a Globo lhe dar um prazo para que avisasse se encararia a aventura eleitoral. Se dissesse sim, precisaria se afastar de seu programa na emissora, assim como sua esposa, Angélica.
O apresentador hoje pretende atuar por meio de movimentos de renovação, como o Renova e o Agora.
“A gente vai fazer o Tinder do voto”, disse. Um aplicativo que use a “inteligência digital” para ajudar o eleitor a escolher seu candidato. Para tanto, quem baixar o app terá que “responder cinco perguntas, quais plataformas acredita, a região onde mora” etc. O nome, por ora, é Juntos pela Renovação, segundo Huck.
Os dois movimentos dos quais participa apoiam, somados, cerca de 150 candidatos. O empresário Eduardo Mufarej, do Renova, também integrou o painel, assim como a empresária Luiza Helena Trajano, da Magazine Luiza. A mediação foi feita por Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo, e o advogado Gustavo Bonini Guedes. O ministro Dias Toffoli se juntou à roda.
A iniciativa, segundo Huck, é uma forma de ser um “cidadão ativo”. “Não quero chegar aos 70 anos, olhar pra trás e ver que o Brasil está como era.”
O movimento por sua candidatura jamais concretizada começou, segundo ele, quando começou a “mobilizar o que via como referências em áreas que me interessam, economia, educação, segurança pública, para tentar entender qual o sonho grande que ninguém está me vendendo”. Com informações da Folhapress.