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Exército explode pista clandestina usada por grileiros em operação na divisa do Acre, Amazonas e Rondônia

Segundo Ibama, nos últimos dois anos, foram desmatados 50 mil hectares de floresta. Esta é a maior operação contra o desmatamento ilegal no sul da Amazônia.

Uma operação do Instituto Brasileio do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) foi deflagrada nesta sexta-feira (11), na região de divisa entre os estados do Acre, Amazonas e Rondônia.


As ações se concentraram na ponta do Abunã, em Rondônia, divisa dos estados do Acre e do Amazonas. Ao todo, 200 homens, entre fiscais do Ibama, do exército e da Polícia Militar dos três estados, até o momento, lacraram 17 madeireiras.


Na operação, o Exército colocou explosivos em uma pista clandestina construída em uma área da união que foi grilada. Além disso, novos flagrantes de desmatamentos ilegais foram registrados, inclusive dentro da terra indígena Caxarari.


Nos últimos 10 anos, esta é a maior operação contra o desmatamento ilegal no sul da Amazônia. Na região, proliferam o desmatamento e a extração ilegal de madeira.


Nos últimos dois anos, segundo o Ibama, foram desmatados 50 mil hectares de floresta. O equivalente a 50 mil campos de futebol ou uma área maior que a cidade de Porto Alegre.


Em operação, exército explodiu pista clandestina usada por grileiros na divisa do Acre, Amazonas e Rondônia (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Em operação, exército explodiu pista clandestina usada por grileiros na divisa do Acre, Amazonas e Rondônia (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


Conforme o Ibama, nos últimos 15 dias foram detectados novos focos de devastação que somam 18 mil hectares. Só em um trecho, estão 116 madeireiras instaladas, todas suspeitas de fraude no sistema de DOF – documento de origem florestal, que autoriza o desmate, transporte e armazenamento de madeira.


Terras indígenas também são invadidas para retirada de madeira na reserva Caxarari. A fiscalização flagrou mais de 50 toras já prontas para serem retiradas da mata. A seleção é feita de forma a não abrir grandes clareiras. Já fora das terras indígenas, os desmatadores não têm limites.


Durante sobrevoos na região foi encontrada uma pista de pouso clandestina. A pista tem 1.200 metros para pouso decolagem de pequenas aeronaves que levavam para a área mantimentos e equipamentos para facilitar o desmate.


Ao todo, 200 homens entre fiscais do Ibama, do exército e da PM dos três estados participaram da ação (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Ao todo, 200 homens entre fiscais do Ibama, do exército e da PM dos três estados participaram da ação (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


Homens do Exército resolveram por explosivos para impedir a operação da pista. O comandante do 4º BIS, coronel Wellington Valone, disse que, na mesma área da pista, tinha também uma casa com toda infraestrutura e conforto.


“Além da pista de pouso, nós também verificamos que tinha toda uma estrutura de casa com banheiros, dormitórios e um certo conforto, como ar-condicionado, água encanada e energia”, contou.


Investigações apontam que a grilagem de terra é um dos maiores problemas. Uma única pessoa teria conseguido, por meio de documentos falsos, aumentar a área de terra de 50 para 130 mil hectares. Abrangendo áreas de conservação, terras indígenas e privadas, gerando além do crime ambiental o aumento da violência e o clima de medo.


“Há cerca de dois anos, apareceu lá uma milícia, policiais junto com grileiros de terra, fez grupo de extermínio, matando pessoas, tive que abandonar minha terra. Todo mundo abandonou suas terras”, disse um morador da região, que preferiu não se identificar.


O superintendente do Ibama, Carlos Gadelha disse que o órgão não tem estrutura para garantir a fiscalização necessária na região.


“O Ibama hoje não tem pernas para fazer o enfrentamento necessário ao desmatamento na Amazônia, e, em especial nessa região. Então, seria necessário mais fiscais para que o Ibama consiga dar a resposta que a sociedade brasileira precisa”, concluiu Gadelha.


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