Deficientes visuais fazem abaixo-assinado online contra mudança para novo prédio em Rio Branco

SEE-AC diz que novo prédio é adaptado conforme recomendações do MPF-AC. Deficientes alegam falta de transporte, comércio e acessibilidade em novo local.


Após protestarem, os deficientes visuais decidiram fazer um abaixo-assinado online contra o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP-AC) para um novo prédio. O grupo afirma que o local é frenquentado por pessoas cegas há 22 anos e que possui valor histórico, cultural e social.


A Secretaria de Educação e Esporte do Acre (SEE-AC) informou que o novo local foi adaptado conforme recomendações do Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC). Segundo o órgão, o Núcleo Estadual de Tecnologia Assistida (Neta) teve as calçadas adaptadas, serviços de drenagem e corredor acessível.


A SEE-AC disse ainda que a mudança é irreversível, mas que está aberta ao diálogo caso os deficientes visuais queiram outras adaptações. Até esta quinta-feira (10), 337 pessoas já haviam assinado o documento. A meta é 500 assinaturas. O abaixo-assinado deve ser entregue ao Ministério da Educação (MEC), Governo do Acre, Ministério Público Estadual e Federal e órgãos de defesa das pessoas com deficiências.


Deficientes fecharam o cruzamento da Rua Osmar Sabino com a Avenida Ceará, em Rio Branco, durante protesto contra mudança de prédio (Foto: Divulgação/Adev)

Deficientes fecharam o cruzamento da Rua Osmar Sabino com a Avenida Ceará, em Rio Branco, durante protesto contra mudança de prédio (Foto: Divulgação/Adev)


Ao G1, o coordenador da Associação de Pessoas com Deficiência Visual do Acre (Adev), Francisco Welinton do Nascimento, afirmou que há vários motivos para que não queiram a mudança. Entre eles a localização do novo prédio que não possui comércio, o transporte é público ineficiente e a falta de acessibilidade.


“Apesar de eles informarem que esse processo é democrático, isso não acontece. A gente já, por duas vezes, procurou o diálogo e não fomos ouvidos. Esse abaixo-assinado tem o caráter de indignação, de manifestação dos nossos anseios para a sociedade. Queremos que o governo, por meio da secretaria, perceba que nós estamos sendo prejudicados diretamente com essa transferência”, destaca Nascimento.


No abaixo-assinado, o grupo alega que o ideal seria que o recurso do novo prédio tivesse sido investido no local onde eles já recebem atendimento. Dessa forma, poderiam ser feitas melhorias na estrutura e dos serviços realizados no local.


“Exigimos termos voz, exigimos sermos vistos e respeitados quando as decisões desse Governo afetam nossas vidas de maneira inaceitável”, termina o documento pedindo a assinatura da população.


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