Espera chega a quase uma hora em postos da capital. Gerente de um dos maiores postos diz que só tem produto para esta quinta (24).
A paralisação dos caminhoneiros no Acre ganhou força na manhã desta quinta-feira (24). As duas rodovias federais, BR-364 e 317, estão totalmente fechadas pela categoria que aderiu ao movimento na noite de quarta-feira (23).
Estão passando apenas carros pequenos, ônibus e cargas vivas. Na BR-364, já são mais de 4 quilômetros da fila de caminhão. Os caminhoneiros queimam pneus e pedaços de madeira e evitam a passagem das cargas.
O medo de desabastecimento também tem preocupado os acreanos. Em Rio Branco, motoristas fizeram filas em postos de combustíveis para abastecer os carros.
A gerência de um dos principais postos da capital informou que só o estoque deve durar apenas até sexta-feira (25). Caso não haja a liberação das vias, o posto vai ficar sem combustível.
“Tenho combustível só pra hoje [quinta, 24]. As nossas duas carretas estão em Rondônia e a previsão é só quando a via for liberada. Eu espero que até amanhã [sexta, 25] tudo seja resolvido. Basta o governo reduzir o preço”, diz o gerente Paulo Victor.
A funcionária pública Marilene Falcão está há mais de meia hora na fila para abastecer. “Estou com medo de ficar sem combustível. Só saio daqui depois de encher o tanque”, diz.
Em um posto onde a gasolina estava a R$ 4,79, filas também foram formadas. O entregador Antônio da Silva estava na fila há 40 minutos.
“A gente tá se prevenindo e procurando locais mais baratos para tentar economizar o máximo possível. A gente não sabe o que pode acontecer”, diz.
A gerente do posto que na via Marechal Deodoro fica não quis se identificar, mas informou que um tanque já havia sido esvaziado e que o atendimento seguia normal. Ela não falou sobre o estoque.
‘Vai faltar tudo’
O presidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa-AC), Celestino Bento, diz que a preocupação dos empresários também é referente ao desabastecimento.
“O problema é que não houve tempo de se prevenir. Os estoques de produtos não perecíveis duram entorno de 40 dias, mas os produtos perecíveis, se na semana que vem a greve continuar, vai faltar hortifrutigranjeiros. Se não tiver atitude a rigor, para que os transportadores passem, vai faltar tudo”, diz.