Corpo de Bombeiros foi acionado para conter chamas e rodovia liberada ainda nesta segunda (28). Caminhoneiros afirmam que PRF-AC queria liberar cargas que não estavam em acordo feito no domingo.
O grupo de caminhoneiros em greve voltou a interditar totalmente a BR-364 na tarde desta segunda-feira (28) durante um protesto.
Os grevistas queimaram pneus ao longo da pista permitindo a passagem apenas de motocicletas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas e a via liberada por volta de 17h40.
Ao G1, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros, Júlio Farias, disse que o protesto foi motivado após a Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC) pedir a liberação total das cargas. Os manifestantes discordam da decisão. A reportagem entrou em contato com a PRF-AC e foi informada que a via já foi liberada.
“Eles estavam todos às margens pista, saíram até mesmo do acostamento. Estava acordado passar apenas medicamentos e combustíveis. No entanto, a polícia quer que a gente deixe passar tudo, não concordamos e a pista foi fechada. A greve continua e é para passar somente os itens essenciais”, disse Farias.
No domingo (27), a PRF-AC fez um acordo com os caminhoneiros queliberaram carretas de combustíveis, gás e produtos perecíveis. Os veículos foram escoltados até o local onde os produtos foram descarregados.
Nesta segunda (28), caminhoneiros descarregaram o estoque de gás na refinaria em Rio Branco e serão escoltados até a entrada de Porto Velho (RO) pela PRF-AC. A informação foi confirmada pela superintendência e grupo de caminhoneiros que aguardavam a escolta.
As cargas chegaram na base de distribuição Fogás e a escolta é para que os caminhões voltem para Rondônia sem serem parados nos bloqueios. A escolta começou a partir da Corrente, na BR-364.
Outros setores
A empresa aérea Gol informou que dois voos foram cancelados no domingo (27) devido a restrição no abastecimento de combustível em alguns aeroportos do país. Os voos cancelados foram de Rio Branco para Cruzeiro do Sul e de Cruzeiro do Sul para Rio Branco.
A Latam afirmou que não houve voos cancelados nos aeroportos do estado. Os voos para esta segunda (28) seguem sem alteração até esta tarde.
O diretor da Central de Abastecimento da capital acreana (Ceasa), Janderson Rodrigues, informou que a paralisação começou a afetar o abastecimento. Segundo ele, nesta segunda-feira (28), teria que ter chegado oito caminhões com hortigranjeira, mas chegou apenas um.
O Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo do Acre (Sindepac) informou que 80% dos postos de Rio Branco estão reabastecidos. Segundo o sindicato, até a terça-feira (29), a situação deve ser normalizada em todos os postos da capital.
Trânsito, segurança, saúde e educação
A Superintendência de Transportes de Rio Branco (RBTrans). Conforme o órgão, informou que toda a frota está atuando nesta segunda normalmente.
A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp-AC), também afirmou que os serviços não foram afetados e seguem com as operações.
O mesmo foi informado pela Sesacre. De acordo com o órgão, os hospitais seguem funcionando normalmente. A secretaria já estabeleceu medidas preventivas junto ao Governo do Acre para evitar qualquer desabastecimento.
O secretário de Educação e Esporte do Acre, Marco Brandão, disse que as aulas nas escolas estaduais estão normais nesta segunda, assim como o transporte de alunos. Segundo ele, na sexta-feira (25), os carros da secretaria foram abastecidos para que as aulas seguissem o cronograma normal esta semana.
A Secretaria de Educação de Rio Branco também informou que as aulas e o transporte de alunos estão normais nesta segunda.
Reunião com a PF
A Polícia Federal convocou alguns líderes dos caminhoneiros do Acre para depor devido à paralisação da categoria no estado.
A PF quer investigar se os empresários de algum setor estão contribuindo, incentivando e até orientado a paralisação de seus empregados – configurando, assim, uma greve liderada pelos patrões, o que é proibido por lei. Essa prática é conhecida como locaute.
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros, Júlio Farias, garantiu que o movimento não está sendo incentivado por nenhum caminhoneiro. “Queriam saber se tinha alguém por trás do movimento, mas é da categoria. A gente não aguenta mais pagar imposto”, disse.