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Após terem casas invadidas e serem agredidos, famílias deixam bairro de Rio Branco: ‘estamos abandonados’

Morador afirma que teve casa roubada oito vezes em loteamento na Estrada do Amapá, no Segundo Distrito da capital. Polícia diz que vai intensificar ações no local.


Moradores do Loteamento Girassol, no Segundo Distrito de Rio Branco, vivem diariamente com o sentimento de insegurança. Alguns as tiveram as casas arrombadas e chegaram a sofrer violência física e psicológica. Com medo, várias famílias abandonaram suas casas no bairro.


Em uma das ruas do loteamento, na Estrada do Amapá, o clima é de tensão e medo devido aos frequentes casos de assaltos às casas. Por conta dos constantes roubos, furtos e assaltos, os moradores tentam se proteger como podem.


Apesar dos relatos, o 2º Batalhão da Polícia Militar, diz que uma a análise criminal de Segurança Pública, onde são estudados os casos de crimes e posteriormente são feitas operações específicas, mostra um baixo registro de roubos e furtos na área. Por isso, é importante que todos os moradores que foram alvos dos criminosos registrem a ocorrência.


Em algumas casas os muros são altos, com cerca elétrica, alarmes e câmeras de monitoramento. Mas nem com todos esses recursos os bandidos deixam de agir. Em uma das casas seis bandidos fizeram os moradores reféns. Com medo eles abandonaram o local e foram morar um outro lugar.


Moradores abandonaram casas por medo da violência em bairro de Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Moradores abandonaram casas por medo da violência em bairro de Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


Em outra casa, que estava pronta para morar, o dono também desistiu de ocupar o local por que ouviu relatos da violência. Ainda no bairro, os bandidos entraram duas vezes na casa, em outra moradia fizeram as pessoas vítimas oito vezes. Os moradores, também com medo, abandonaram o local, pois praticamente todas as casas da rua já foram alvo dos bandidos.


O último registro de roubo no último dia 27 de abril. As imagens gravadas pelas câmeras de monitoramento mostram o momento exato da ação dos bandidos. Quatro homens armados invadem a casa. Eles arrombam a janela e retiram a grade. Em seguida invadem o local e minutos depois um deles aparece saindo pela janela carregando aparelhos eletrônicos.


Um dos moradores, que não quis ser identificado, alega medo de ser perseguido pelos bandidos. Ele conta que os constantes roubos e assaltos começaram há três meses. A casa dele foi invadida pelos criminosos duas vezes. Na última, ele preferiu levar a família para casa de parentes.


“Pela audácia deles. Eles sabiam que a gente estava em casa e assim mesmo resolveram entrar com a gente dentro. Até hoje estamos vivendo o trauma ainda, não conseguimos curar isso até agora. Infelizmente estamos abandonados pelas nossas leis. Tivemos que deslocar a nossa família do nosso próprio patrimônio com medo da criminalidade que chegou a nossa porta”, lamenta.


Por conta própria, moradores instalaram refletores em postes para iluminar ruas (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Por conta própria, moradores instalaram refletores em postes para iluminar ruas (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


Os próprios moradores colocaram refletores ao longo da rua para deixar o lugar bem iluminado. Mesmo assim os bandidos continuam agindo. Outra moradora, que também não quis ser identificada, lembra os momentos de tensão quando os bandidos invadiram a casa dela.


“A gente estava em casa. Eles abordaram a gente na porta e já mandou virar de costas, ficar no canto da casa e foram catando tudo. Depois deixaram a gente amarrado”, lembra.


Depois do assalto, ela teme sair de casa à noite. “A gente vive praticamente preso. Cedo da noite da tranca tudo e não sai mais de casa, quando sai não volta. É assim. Dorme em outro lugar com medo de chegar tarde em casa. Eles vêm nesse horário de 20h e 21h, ficam esperando”, conta.


Com a onda de roubos e furtos, os moradores contam que procuraram a polícia mas, segundo eles, nada foi feito.


“Já fizemos boletim, fomos na civil e em vários órgãos de segurança. Infelizmente não tivemos nenhuma resposta até agora. Estamos a mercê deles ainda, infelizmente”, relata outro morador que teme se identificar.


O comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, major Evandro Bezerra, pediu que os moradores registrem a ocorrência para que possam direcionar ações para o bairro e prender os criminosos.


“A gente orienta a comunidade, a vítima para que ligue no 190. A partir disso é gerada a ocorrência a polícia vai ao local, registra e é catalogado na nossa análise criminal. Então é a partir da análise que a gente monta o nosso poder operacional. Então, se a ocorrência não chega, para a gente ela não existe. É o caso do último furto que não foi registrado naquela região”, explica.


O comandante também explicou que várias ações de patrulhamento foram feitas na região. Porém, com as constantes ocorrências, o policiamento vai ser reforçado no Loteamento Girassol.


“A gente vai direcionar operações exclusivas para aquela área para tentar identificar e prender esses marginais”, afirma.


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