Estado tem taxa média de 4,5 mortes para cada 100 mil habitantes. Segurança Pública diz que tem a polícia mais honesta do Brasil e que policiais usam a força e armas de fogo em últimas circunstâncias.
O Acre é um dos estados que aparecem no topo do ranking de pessoas mortas em intervenções policiais no Brasil. O dado faz parte de um levantamento feito pelo G1. Foram 37 mortes em 2017 no estado acreano, o que representa um aumento de 48% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizadas 25 mortes.
Os dados mostram ainda que a taxa de mortes nessa situação é de 4,5 a cada 100 mil habitantes no estado, enquanto a média nacional é de 2,4.
No Brasil, 5.012 pessoas morreram durante as abordagens de policiais ano passado. O número também é maior do ano anterior, que registrou 4.222 mortes. Os dados divulgados foram adquiridos pelo G1 através da Lei de Acesso à Informação e assessorias do estado.
O secretário de Segurança Pública do Acre, Wanderley Thomas, afirmou que o estado acreano tem a polícia mais honesta do país, que sempre visa a negociação e o respeito aos Direitos Humanos. Além disso, a polícia usa padrões internacionais durante as abordagens com uso diferenciado da força e do emprego da arma de fogo como último requisito no enfrentamento.
“A atuação dos nossos policiais é pautada sempre dentro do princípio da legalidade e da necessidade. O uso da força e da arma é sempre em último caso, isso é uma doutrina chamada uso progressiva da força”, argumentou.
Nos casos em que há vítimas em alguma ação da polícia, Thomas disse que é instaurado procedimento nas corregedorias para apurar se houve excesso por parte da equipe.
“Além disso, nossos órgãos de controle interno, Ministério Público e o próprio Poder Judiciário, acompanham nossas ações. Em todos os casos, quando há vítimas do enfrentamento com as forças policiais, se instaura o inquérito e quando for o caso, quando é constato algum excesso, são instaurados os procedimentos http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativos”, complementou.
Um dos casos presentes no levantamento ocorreu em novembro do ano passado. Otávio Barbosa Lindoso, de 31 anos, e o comparsa dele morreram após serem atropelados por uma viatura policial. O caso ocorreu na Avenida Getúlio Vargas, em Rio Branco.
Na época, a polícia explicou que a dupla tinha tentando roubar uma motocicleta, mas o proprietário do veículo arrancou e fugiu. Policiais que estavam em patrulha na Rua Rui Barbosa viram os suspeitos passando em alta velocidade e avançando sinais vermelhos.
A dupla seguiu pela Avenida Ceará e a viatura iniciou a perseguição. Ainda segundo o relato policial, o motorista da viatura não teve como desviar da dupla que colidiu contra um poste e foi arremessada.
Policiais mortos
O levantamento aponta ainda que dois policiais foram vítimas seja em serviço ou quando estavam de folga. O número é o mesmo registrado em 2016. Ao todo, 385 policiais foram mortos em 2017, seja durante intervenções policiais ou nas folgas.
Um dos policiais que morreu enquanto estava em serviço foi o cabo Alelceny Costa da Silva. Ele ficou preso às ferragens da viatura durante um acidente de trânsito, em julho do ano passado. Silva era o motorista do veículo e a equipe ia atender uma ocorrência no bairro Jequitibá.
Silva chegou a ser socorrido, mas em estado gravíssimo, e levado para o hospital. A Polícia Militar do Acre (PM-AC) fez uma mobilização entre a tropa para doarem sangue para o policial, que não resistiu os ferimentos e morreu horas depois.