Quem procura atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco precisa estar preparado para comprar um coletor de exames, caso seja necessário. Sem o material disponível na unidade, os ambulantes viram nessa falta um meio de lucrar e passaram a vender os coletores em frente da UPA. Cada coletor sai em média R$ 3.
A dona de casa Michele Fernandes, de 22 anos, não precisou de um coletor, mas viu várias pessoas comprando o material enquanto esperava o atendimento para a filha. “Falta de assistência completa. Não sabem dar informação, atendem as pessoas mal. É daí para pior. Todo mundo que chegava e precisava de coletor tinha que comprar”, reclamou.
‘Apenas emergência’, diz Saúde
Ao G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que o material é disponibilizado apenas em casos de emergência. Em casos rotineiros, o paciente pode obter o coletor no posto de saúde do bairro dele.
A versão da Saúde é diferente da contada pela ambulante Patrícia Silva, de 23 anos. Ela disse que ouviu de alguns médicos que a unidade não tem coletores para fornecer. Além dos coletores, Patrícia ajuda o amigo a vender marmitas na unidade.
“Perguntei o porquê não davam coletores para os pacientes, disseram que a crise estava grande. Foi daí que passei a vender aqui na frente. Estou aqui há dois meses. Muita gente sai chateada daqui”, contou.
O vizinho de banca de Patrícia, o ambulante Manoel Brasilino, de 57 anos, diz que não tem o material na unidade há uns sete meses. Cerca de três ambulantes vendem o material, que sai entre R$ 2,50 a R$ 3 para o paciente.
“Faz muito tempo que falta. Vendo a R$ 2,50 cada um, hoje não vendi nenhum. Trabalho o dia todo aqui e vendo entre três a cinco, mas porque tem os outros vendedores”, complementou.