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‘Roraima não pode virar campo de concentração’, diz governadora

Suely Campos propôs ação para fechar fronteiras do Brasil aos imigrantes que fogem da Venezuela


Autora de uma ação para fechar a fronteira do Brasil com a Venezuela, a governadora de Roraima Suely Campos (PP) afirmou que não pode deixar o Estado se tornar “um grande campo de concentração”, referindo-se à chegada de imigrantes venezuelanos, movimento que segue preocupando as autoridades.


“É uma roda viva. Cada vez chegando mais gente. Vamos fazer o quê? Não posso deixar que Roraima vire um grande campo de concentração”, afirmou Campos, em entrevista ao UOL publicada nesta quarta-feira.


Na última terça-feira, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) deu 30 dias para o governo federal se pronunciar sobre o pedido, que atinge diretamente não só os planos de reeleição da governadora, mas também os 40 mil venezuelanos que já estão em Boa Vista, capital de Roraima.


“Desde 2015, Roraima vem recebendo esse êxodo da Venezuela […]. Abrigamos, alimentamos e demos, na medida do possível, o atendimento aos venezuelanos. A minha parte de acolhida eu dei e continuo dando. O que questiono é que não posso amontoar pessoas aqui sem dar destino a elas. São pessoas de baixa renda que não têm qualificação profissional. Elas são vulneráveis”, explicou Campos.


A chefe do Executivo explicou que o fechamento da fronteira com a Venezuela teria caráter temporário e que não se trata de uma medida xenófoba, mas sim humanitária. Campos criticou o governo de Michel Temer (MDB) pela demora em assumir a sua responsabilidade, sobretudo no que diz respeito a repasses.


“Entramos com as ações porque a União não está controlando a fronteira. Porque ela não tem exigido praticamente nada de quem está entrando […]. Do jeito que está, continua entrando 400, 500 pessoas por dia. O Estado não tem como receber tudo isso […]. A União não deu vazão, não deu destino a esses imigrantes como foi prometido”, comentou ela.


A governadora de Roraima queixou-se ainda de uma epidemia de sarampo e do aumento da criminalidade – ambos episódios que, segundo ela, teriam ligações com o fluxo migratório de venezuelanos. “O governo [federal] não me mandou R$ 1, a não ser R$ 480 mil, em 2017, que vieram para comprar alimentos para abrigos”, emendou Campos.


Temer esteve em fevereiro em Roraima e anunciou uma série de medidas, entre elas ajuda financeira e envio de imigrantes venezuelanos para outros Estados do Brasil. Contudo, poucas iniciativas saíram do papel – recentemente, um grupo de venezuelanos (homens, jovens, qualificados e solteiros) foi aceito em São Paulo – e a crise parece longe do fim. Com informações do Sputnik News Brasil.


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