Projeto também imprime em 3D cadeiras de rodas para animais deficientes. Objetivo é dinamizar aulas e dar aos alunos conhecimento prático.
Para muitos alunos, passar horas em uma sala de aula pode ser cansativo. Mas, o professor Yuri Karaccas decidiu deixar as aulas dele mais interessantes utilizando a tecnologia.
Com a ajuda de três alunos da graduação e oito de pós-graduados, Karaccas cria modelos didáticos em 3D de ossos e membros de animais para estimular o aprendizado no curso de medicina veterinária. A novidade faz parte de um programa institucional de bolsas de iniciação científica.
“A ideia surgiu há cinco anos quando eu participei de um congresso e vi que a tecnologia já era utilizada em outras áreas como a engenharia. A partir daí começamos a fazer modelos didáticos aplicados ao ensino de ciências, tanto na área de ensino superior como médio e fundamental”, relata o professor.
O laboratório foi criado há dez anos. O objetivo é tornar real a ideia que está apenas na cabeça dos alunos usando a impressora 3D. As peças aos poucos vão ganhando forma de ossos ou membros de outros animais.
“Quando o aluno mexe com os modelos ele não aprende visualmente ou apenas pela audição, na sala de aula, mas também pela palpação”, afirma Karaccas.
Uma das impressões feita no projeto foi a do crânio de um caprino com todo o formato anatômico do animal. Com essa nova tecnologia menos animais podem ser utilizados em laboratórios de pesquisa e ensino.
“Esse material permite um contato mais prático e um pouco mais antecipado. Na clínica veterinária você se depara com aquele caso sem nunca ter tido acesso e nem saber como ela é a fratura”, destaca o estudante Giovane Oliveira que faz parte do projeto.
Outro estudante que faz parte do projeto desenvolve um modelo anatômico de dentes equinos. O material vai ajudar a compreender melhor a arcada dental do animal. “O aluno pode pegar nas peças, olhar as estruturas”, destaca Kleber dos Anjos.
Para o projeto de ensino 3D do professor foi proposto duas patentes e já é uma referência para outros centros acadêmicos.
“No estado de Rondônia eu já ajudei alguns pesquisadores a levar essa tecnologia. Estados do Nordeste, da região do Sudeste do país. Uma das minhas finalidades no meu trabalho é fazer a divulgação disso para que essa tecnologia possa chegar cada vez mais em outros centros de pesquisa e ensino”, destaca.
Ajuda para animais deficientes
Entre as impressões 3D feitas pelo grupo está uma cadeira de rodas para animais deficientes.
“Essas peças foram produzidas justamente para mostrar que a tecnologia 3D pode ser empregada em diversas áreas, não só na área do ensino mas também na área de prótese”, afirma.
O professor explica que estão fazendo a impressão de cadeiras de rodas para animais deficientes conforme a demanda e os casos que vão aparecendo.
“Essa da cadeira de rodas a ideia é pegar animais que tenham deficiência e não consigam apoiar o membro pélvico e a gente possa fornecer isso para que o animal volte a andar. Quando aparece algum caso, não atendemos todas as demandas, mas produzimos na medida do possível para ajudar esses animais”, finaliza.