‘Isso é uma maldade, nada justifica uma brincadeira de mau gosto dessas’, desabafa. Diretor da escola afirma que nenhum aluno ou pai fez registro.
Um professor de educação física, que não quis ter o nome divulgado, alega que foi vítima de fake news nas redes sociais. A polêmica surgiu após uma suposta conversa entre o professor do Colégio Meta assediando um aluno em troca de notas ser compartilhada no Whatsapp.
O homem decidiu registrar um boletim de ocorrência na segunda-feira (10) na Delegacia de Polícia Civil da 4º Regional em Rio Branco.
“Quem me conhece sabe da minha conduta. Eu trabalho pela manhã em uma escola infantil e estou há apenas dois meses no Meta. Isso me assustou muito, me deixou muito abalado, pois desconheço isso. É algo que foi implantado e é preciso verificar quem iniciou essa crueldade”, lamenta o professor.
Ao G1, o diretor do colégio, Evaristo Lucca, explicou que o caso está sendo investigado e aguarda os resultados da polícia. Por enquanto, o professor, que afirma ser inocente, permanece ministrando aulas. No entanto, Lucca afirma que, se houver indícios de que o caso é real o colégio deve adotar as medidas necessárias.
“Tudo leva a crer que é fake news, a priori não podemos condenar a pessoa. A gente sempre fica na dúvida de onde surgiu isso. O professor jura de pés juntos que é inocente. O ambiente permanece normal e conversei com ele, que afirma que se aproveitaram de fotos dele no Facebook e escreveram essas coisas”, disse ao G1.
Assédio
Na conversa, uma pessoa que estaria se passando pelo professor de educação física assediava um aluno e dizia que aprovaria o jovem e os colegas dele caso eles fossem “curtir em algum lugar”.
Nos prints, o aluno afirma ter medo, pois nunca se envolveu com homens. Do outro lado o homem responde “se alguém descobrir eu perdo (sic) meu emprego”.
“Algumas coisas já estão surgindo, algumas suspeitas. Tomei todas as medidas possíveis. Fiquei e ainda estou abalado emocionalmente, minha família ficou arrasada. A escola está do meu lado e tem visto que foi algo implantado. Isso é uma maldade, nada justifica uma brincadeira de mau gosto dessas”, ressalta a vítima.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais, a pessoa usa uma foto do professor no perfil. Segundo o homem, alguém pegou a imagem no Facebook dele.
O suposto professor diz ao aluno que o “negócio é justo” e que vai pegar o carro de uma amiga para “curtirem juntos em algum lugar. Só nós dois”. O homem finaliza a conversa dizendo para o aluno “pensar com carinho” na proposta e pede “apaga a conversa” pois é “nosso segredo”.
“Não sei se a pessoa quis me prejudicar ou prejudicar o colégio. Acredito que a polícia vai conseguir essas respostas. Minha rotina permanece normal nas duas escolas onde trabalho. É difícil, porque enfrentamos um prejulgamento, mas não posso parar minha vida”, diz.
“Vou querer retratação”, diz professor
A vítima afirma diz que se sente triste e exposta com os perigos nas redes sociais. Ele lamenta a criação de fake news e destaca que os casos devem ser denunciados, pois acabam causando problemas às vítimas que podem ser irreparáveis.
“Minha vida continua a mesma, mas o meu sorriso faltou, minha alegria tá faltando. Eu me sinto muito triste e abalado por tamanha crueldade comigo. Acredito que a justiça vai ser feita e vou até o fim pois isso envolveu o meu nome, eu vou querer a retratação dessa pessoa”, finaliza.
O diretor do colégio explicou que o homem atua na instituição há apenas dois meses. Segundo ele, ainda não foi identificado o aluno que estaria na conversa. Lucca diz que a direção do colégio estranhou que o fato de um suposto pai dizer nas redes sociais que só vai fazer uma queixa após a eleição.
“Como o fato é muito grave, não entendo o porquê dessa demora, aparentemente. Isso foi dito nas redes sociais. Mas, oficialmente, na escola, não tem absolutamente queixa nenhuma de nenhum pai. Estamos investigando conforme as redes sociais. Não sabemos como surgiu, mas vários alunos e pessoas de fora já viram isso. Rapidinho a coisa se espalha, infelizmente”, finaliza.