Kethelly Katrinny morreu após comer do bolo feito pela própria mãe e que seria levado para pai em presídio. Mulher foi ouvida durante a semana por uma policial de Manoel Urbano.
A Polícia Civil do Acre já ouviu a mãe da menina Kethelly Katrinny, de 1 ano, que morreu na quarta-feira (25) após comer um bolo na cidade de Manoel Urbano, interior do Acre. A sobremesa, feita pela própria mãe, seria levado para o Presídio Evaristo de Morais, em Sena Madureira. A mulher negou que tenha colocado alguma substância tóxica no doce.
O pai de Kethelly está preso na unidade prisional. Segundo a polícia, a mãe da menina colocou o bolo em cima da mesa, a criança puxou uma cadeira e comeu alguns pedaços. Outros dois parentes da garota também passaram mal e foram internados após comer do bolo.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco. Porém, a família retornou com o cadáver para Manoel Urbano apenas com a Declaração de Óbito (DO) dada pelo médico que atendeu a menina no interior. O IML coletou sangue, conteúdo gástrico, material do olho e urina da menina para análises.
O delegado responsável pelas investigações, Marcos Frank, contou que ordenou que o corpo de Kathelly passasse por exames toxicológicos após receber várias denúncias falando que o bolo teria droga. Ele disse que as investigações estão no início e ainda não é possível afirmar se tem crime.
“Em nenhum momento afirmei que o bolo tinha cocaína. Vou apenas apurar a denúncia. Quem vai dizer é o laudo cadavérico. Dos que ficaram internados solicitei amostras de sangue e urina. Quando sair o resultado a gente vai conduzir as investigações. O fato é que a criança morreu, o médico deu um óbito por intoxicação, mas não soube dizer pelo o quê. Estou apurando”, acrescentou.
Ainda segundo Frank, a mãe de Kethelly negou, durante depoimento, que tenha colocado alguma substância tóxica na sobremesa. Porém, a mulher apresentou à polícia uma embalagem com uma substância que estava na casa. Ela disse que a filha pode ter ingerido algo quando o produto estava no chão.
“Não foi eu quem a ouviu. Foi uma policial nossa de lá. Mas, ela negou tudo. Apresentou uma substância, que seria ração de cachorro. Disse que é ração, já outras pessoas dizem que é veneno para rato. Falou que estava pelo chão e, provavelmente, a criança comeu. Outras pessoas dizem que era intenção dela matar o marido que está na penal. Então, tem várias histórias”, complementou.
O delegado disse que solicitou perícia também no material apresentado pela mulher. Segundo Frank, a mãe pode responder por homicídio culposo ou tráfico de drogas caso seja comprovado que o bolo tinha alguma substância tóxica.
“Estamos esperando o resultado da perícia. Não sei dizer se é ração para cachorro ou veneno para rato. Só que a criança que faleceu é pequena, uma criança de 14 anos, que ficou internada, creio que não comeria a ração de cachorro ou outra coisa desconhecida. O pessoal saiu em diligência, mas só conseguiu apreender a massa, fermento, leite”, concluiu.