Eles contam que durante os períodos chuvosos os animais aparecem aos montes dentro das casas. Departamento de zoonoses diz que não foi informada do caso.
Moradores do bairro Tropical, em Rio Branco, reclamam de infestação de caramujos na região. Eles relatam que dezenas de bichos aparecem dentro das casas diariamente, principalmente quando chove.
A servidora pública Vera Gurgel, de 65 anos, conta que vive na região há quase 40 anos e que há mais de um ano precisa lidar com os caramujos com frequência.
“No início apareciam muito mais, mas como comecei a exterminar, diminuiu. A gente observa que quando o tempo está seco, que não está chovendo, eles somem. Mas, basta dar uma chuvinha, aparece tudo de novo”, afirma Vera.
A moradora disse que a infestação vem preocupando as pessoas que moram na região. “Já cheguei a juntar mais de 50 caramujos em um dia. Daí jogo sal neles ou água sanitária. Ficamos muito preocupados, porque o caramujo em si não é contagioso, mas ele hospeda doenças”, diz.
Outra moradora relatou que os caramujos aparecem por todo canto da casa, tanto no jardim, como nas paredes e varanda. Sem saber mais o que fazer, a aposentada Maria Amorim, de 76 anos, diz que tem receio de o animal acabar passando alguma doença.
“Moro há mais de 35 anos nesse bairro e é a primeira vez que vejo isso. As pessoas falam que é por conta das chuvas, mas desse jeito nunca tinha acontecido. Eles aparecem por todo canto, ficam nas minhas plantas e paredes. Eu junto todos em um canto e mato, mas no outro dia aparece tudo de novo”, relata Maria.
Orientações
O médico veterinário responsável pelo departamento de zoonoses de Rio Branco, Everton Arruda, afirma que tem conhecimento da presença dos caramujos em alguns bairros de Rio Branco. Porém, segundo ele, não havia sido informado do bairro Tropical.
Arruda diz que os caramujos, no caso do bairro Tropical e adjacentes, saem do Igarapé São Francisco. O molusco é comum em áreas úmidas e alagadiças e em épocas chuvosas.
A orientação é que os moradores assim que verifiquem a presença do animal, procure o departamento de zoonoses do município. Após ser informada, a equipe vai ao local, faz a coleta de uma amostra para verificar se o caramujo está contaminado e pode transmitir doenças.
“A medida para caramujo é simplesmente educação em saúde. Dizemos para a população não pegar no caramujo, porque a gente tem que primeiro identificar esse caramujo. Depois de coletar uma amostra, a gente manda para um biólogo da vigilância epidemiológica para identificar a espécie”, explica Arruda.
O veterinário pede que os moradores não tenham contato com os caramujos. Quem não tentem exterminar com o tradicional método de jogar sal.
“Não é para ter nenhum contato. Tem só que chamar o departamento de zoonoses. Quando vai no local, o departamento costuma colocar o moluscicida [são pesticidas usados no controle de moluscos]”, concluiu.