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Com mordaças, servidores do Ifac e amigos de estudante morta em assalto protestam em Rio Branco: ‘não vamos nos calar’

Com mordaças, servidores do Instituto Federal do Acre (Ifac) e amigos da estudante de logística Emanuela da Silva Souza, de 33 anos, que foi morta durante um assalto, fizeram um protesto na manhã desta terça-feira (3) na frente do Ifac, no bairro Xavier Maia, em Rio Branco.


A manifestação também deve ser feita no velório da estudante.


Emanuela foi assassinada por dois assaltantes, na noite de segunda (2), na Avenida Antônio da Rocha Viana, próximo ao Horto Florestal. Após roubarem a moto, os dois atiraram na vítima e fugiram com a motocicleta dela. Ela teria tentado reagir e foi atingida nas costas, morrendo no local. O veículo foi encontrado logo após o crime próximo ao Teatrão.


Indignado, o estudante Gabriel Brito lamentou o caso e destacou que Emanuela não é a primeira colega vítima da violência. Segundo ele, o medo e a insegurança tomam conta dos estudantes que saem de casa para estudar e não têm certeza de que vão retornar.


“Todos os dias somos reféns quando temos de nos deslocar para nossas casas, trabalhos e escolas. Hoje foi a Manu, mas amanhã não sabemos quem vai poder ser. Perdemos colegas e não tivemos respostas depois de meses. Todos os dias famílias são destruídas e a criminalidade entra dentro de nossas casas e tira nossa alegria, nossa felicidade”, lamentou Brito.


Durante o protesto, a diretora substituta do campus Rio Branco do Ifac, Paula Danielacobrou respostas das autoridades competentes para que o caso de Emanuela não se torne mais um número nas estatísticas de crimes violentos no estado.


“A gente fica muito triste. A Emanuela era uma aluna cheia de vida, uma aluna exemplar. Estamos revoltados, não vamos nos calar e queremos respostas. Não aguentamos mais a vulnerabilidade da nossa cidade. Ela era uma vida com importância. Temos nessa instituição alunos, pessoas que querem futuro. A sociedade não aguenta mais. Esse é o meu clamor como gestora, servidora e cidadã”, destacou.


Emanuela da Silva Souza, de 33 anos, foi morta durante assalto em Rio Branco (Foto: Arquivo pessoal )

Emanuela da Silva Souza, de 33 anos, foi morta durante assalto em Rio Branco (Foto: Arquivo pessoal )


Estudante vendia ovos de codorna para pagar aluguel
Emanuela, segundo a família, era formada em técnica de segurança do trabalho, gestão ambiental e tinha interrompido recentemente a faculdade de medicina, na Bolívia, para cuidar da mãe que tinha câncer.Porém, a mãe dela morreu da doença há um mês.


No Instituto Médico Legal (IML), nesta terça (3), a professora Vânia Souza, de 41 anos, irmã da vítima, revelou ainda que a estudante vendia ovos de codorna para pagar o aluguel e ajudar nas demais despesas. Emanuela estava desempregada no momento.


Revoltada, Vânia disse que quer justiça e que os responsáveis pelo crime sejam encontrados.


“Ela tinha ido deixar uma amiga no [bairro] Esperança. Na volta iria para o Ifac [Instituto Federal do Acre]. Queremos saber quem foi, tudo ainda está muito misterioso. É um monte de sentimento que se mistura. Ela era uma pessoa tão guerreira, a pessoa que fez isso matou o sonho da minha irmã”, contou entre lágrimas.


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