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Com líderes nacionais encrencados, Marcus e Gladson firmam ‘pacto de não agressão’ involuntário

As eleições de 2018 no Acre podem ser uma das únicas em que governistas e oposicionistas serão obrigados a evitar troca de farpas. Após pleitos com os candidatos da oposição com o dedo em riste aos adversários petistas por casos como mensalão e petrolão, agora o discurso mais moralista tende a ficar de escanteio.


Com o avanço da operação Lava Jato nos últimos quatro anos, ficou evidente que o criminoso esquema de corrupção na estrutura da Petrobras e do governo beneficiava não somente políticos do PT, mas também partidos de todas as matizes.


Antes paladino da ética, o PSDB viu seu principal tucano, o senador mineiro Aécio Neves, ser abatido em pleno voo por denúncias de corrupção. A mais recente foi o pedido de R$ 2 milhões aos irmãos Batista para quitar dívidas com advogados que o defendem em outros casos de corrupção.


Já o presidenciável Geraldo Alckmin tem as gestões tucanas de São Paulo investigadas por pagamento de propinas e desvios em obras do metrô e de vias estruturantes, como o Rodoanel.


O MDB do presidente Michel Temer dispensa apresentações. O mandatário com o pior índice de avaliação da história do país precisou soterrar, na Câmara, dois pedidos de investigação criminal interpostos pela Procuradoria Geral da República por crimes de corrupção.


Para a PGR, Temer seria o destinatário da mala com meio milhão de reais flagrada com seu ex-assessor Rodrigo da Rocha Loures, “o homem da mala”. Líderes emedebistas também foram denunciados no que ficou conhecido como o “quadrilhão do PMDB” – á época o partido ainda tinha o “P”.


O PT foi abatido pela condenação e prisão de sua principal estrela, o ex-presidente Lula, por recebimento de propina no caso do tríplex no Guarujjá, além de outras investigações.


Com tantas lideranças fichadas pela polícia, ficou difícil para os candidatos ao governo do Acre tentar desgastar o oponente com “discursos de honra”. Diante disso, os principais concorrentes, o ex-prefeito Marcus Alexandre (PT) e o senador Gladson Cameli (PP), firmaram uma espécie de pacto de não agressão informal.


Em seus discursos, ambos afirmam que não farão uma campanha baseada em ataques, mas de propostas. Em sua fala de despedida na sexta (6) o petista chegou a dizer que não autorizaria ataques, num claro sinal de seria vetado contratar militantes virtuais para criar perfis falsos nas redes sociais para denegrir os oponentes.


Desde sua primeira campanha para prefeito, em 2012, Marcus adota a linha “paz e amor”, preferindo discursos mais técnicos, deixando a resposta a ataques a seus assessores. Este também é o estilo de Gladson Cameli.


Na vitoriosa corrida ao Senado em 2014, enquanto era bombardeado pelos palacianos por todos os lados, mandava abraços e beijinhos para a torcida –saiu com uma votação acachapante sobre Perpétua Almeida (PCdoB).


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