A Universidade Federal do Acre (Ufac) acaba de ganhar seu primeiro grupo de Teatro do Oprimido. Coordenado pelo professor do curso de Artes Cênicas, Flávio Sanctum, o “Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido (Gesto) da Floresta” inaugurou suas atividades hoje, 16, com uma mesa-redonda e uma oficina para celebrar o Dia Mundial do Teatro do Oprimido que homenageia o dramaturgo brasileiro, Augusto Boal, criador da metodologia teatral desenvolvida em mais de 70 países.
“O Teatro do Oprimido em Rio Branco sempre foi desenvolvido em ações pontuais. Quando cheguei à Ufac quis trazer essa metodologia à tona nas discussões em sala de aula o que despertou interesse e acabou culminando na criação do Gesto”, explica o professor. “Nossa expectativa é, a partir dessa primeira ação, desenvolver outras atividades, inclusive através de projetos de extensão que devem beneficiar à comunidade externa”.
Pela manhã, os debates concentraram-se no tema do uso social do teatro em ações políticas e comunitárias. A atriz Sandréia Souza, da Cia. Arteiros d’Alegria, falou sobre o desenvolvimento do teatro em hospitais; o ator e diretor Lenine Alencar, presidente do Conselho Estadual de Cultura, discutiu a importância do teatro nas transformações sociais.
“ A função social das artes é inverter as ordens, nesse caso, a de opressor e oprimido. A ideia é que o teatro, como sempre fez historicamente, consiga também agora insurgir-se contra esse momento opressivo que vivemos”, avaliou Lenine.
À tarde, a programação aconteceu no bloco de Artes Cênicas, com a oficina prática “Introdução ao Teatro do Oprimido”, conduzida pelas pesquisadoras do Gesto da Floresta e do professor Sanctum.
O Teatro do Oprimido é um método que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais com o objetivo de trazer reflexões sobre situações cotidianas em que acontece algum tipo de opressão.
