Os cientistas detectaram pela primeira vez os restos de um tiranossauro recém-nascido, no norte dos EUA, cuja inspeção poderia resolver as disputas sobre sua origem, dieta e aspecto que já se arrastam por muitos séculos.
“A estrutura dos dentes deste dinossauro indica que ele era um tiranossauro, embora ainda não tenhamos toda a certeza. Os restos de indivíduos jovens destes predadores são encontrados muito raramente, por isso é muito difícil entender se se trata de um indivíduo jovem de tiranossauro com anatomia um pouco diferente, ou de uma espécie completamente diferente. Felizmente, temos também outros restos que ajudarão a resolver esse problema”, relata David Burnham da Universidade do Kansas, citado pela assessoria de imprensa da instituição.
Nos últimos anos, os tiranossauros e muitos parentes próximos deles do grupo de tetanurae, os maiores predadores sáurios bípedes da era do Mesozoico, sofreram uma mudança radical da sua “imagem”. Hoje em dia, os cientistas acreditam que os tiranossauros não eram escamosos e com dentes fortes e aguçados, como retratados no filme “Jurassic Park: Parque dos Dinossauros” e outros, mas animais de penas cujos dentes estavam escondidos por lábios enormes.
Muitos outros traços de tiranossauros ainda continuam sendo objeto de disputas entre os cientistas. Não chegamos a saber se estes “reis do Mesozoico” eram predadores ou necrófagos, como cresciam e como eram seus filhotes. Uma parte dos paleontólogos acredita que os tiranossauros jovens não eram parecidos com os adultos e tinham uma alimentação complementarmente diferente, embora até hoje tenha sido bem complicado provar esta teoria.
Burnham e seus colegas se aproximaram da descoberta dos segredos dos tiranossauros ao efetuarem escavações no território da famosa formação Hell Creek no estado de Montana, onde há mais de 100 anos foram achados os primeiros restos do alegado predador principal do Cretáceo.
Segundo frisa o paleontólogo, sua equipe encontrou um pequeno fóssil invulgar que pode virar tão famoso como os restos encontrados por Barnum Brown em 1902.
Inicialmente, os cientistas não sabiam de que é que se tratava, pois apenas encontraram um fragmento do maxilar superior e os dentes principais e “de reserva” que nele se conservaram. Passado um ano, quando Burnham e seus colegas conseguiram retirar tudo isso gradualmente da rocha e coletar os fragmentos de outros ossos dispersados pela área, concluíram que estes tinham pertencido a um tiranossauro quase recém-nascido.
A consequente análise dos seus restos, segundo esperam os cientistas, os ajudará a resolver uma das disputas paleontológicas mais antigas relacionadas com tiranossauros, ou seja, se os chamados Nanotyrannus são uma espécie diferente de dinossauros ou se são simplesmente tiranossauros jovens. Seus restos foram encontrados ainda em meados do século passado e desde aí os cientistas não conseguem encontrar uma resposta e entender qual das teorias está certa. Com informações do Sputnik Brasil.