Prefeitura informou que obras no bairro Ayrton Senna foram suspensas devido à cheia do Rio Branco e devem ser retomadas. Moradores lamentam situação e pedem providências
Sem ponte, os moradores do bairro Ayrton Senna e Aeroporto Velho, em Rio Branco, precisam pagar R$ 1 para atravessar um igarapé em uma canoa. Revoltados, eles afirmam que enfrentam dificuldades devido à ponte sobre o manancial não ter sido concluída pela prefeitura.
A Prefeitura de Rio Branco informou que as obras de recuperação da ponte foram iniciadas no início de 2018, mas acabaram sendo suspensas devido à cheia do rio. O órgão explicou que o serviço que precisa ser feito no local é o estaqueamento dos pilares, mas isso precisa ser executado somente quando o nível do rio estiver mais baixo para que as obras sejam retomadas.
A maior preocupação dos pais é com as crianças que vão precisar ir à escola quando começar o ano letivo na rede municipal e estadual, na próxima segunda-feira (5). Inacabada, a ponte não oferece condições de travessia e tudo precisa ser feito pela canoa mediante o pagamento de R$ 1.
“Pagar R$ 1 real para sair de manhã e outro para voltar a tarde não tem condições. O prefeito esteve aqui no mês de outubro, disse que a ponte seria a prioridade para os moradores do bairro Ayrton Senna. Aora já está com quase cinco meses e nada. Nem a firma que pegou o trabalho a gente vê por aqui para perguntar quando o serviço vai terminar ou não” relatou o carpinteiro Edilson Sales.
Ao menos metade da ponte já está praticamente concluída. Porém, ainda é preciso finalizar a outra metade que tem ao menos 100 metros. No local, não há nenhuma sinalização ou interdição, que que o local represente perigo para às crianças.
A dona de casa Jovenice Viana tem cinco filhos e vai precisar pagar R$ 10 por dia para levar todos à escola. Indignada, ela afirma que poderia usar o dinheiro em outras necessidades.
“Eu tenho que pagar R$ 5 e depois tenho que pegar o ônibus para deixar uma [filha] que estuda mais afastada. Depois volto com dinheiro para pagar o ônibus e a catraia. É tudo do meu bolso. Só tenha uma renda de um salário do meu filho. Se a ponte estivesse concluída, ao invés de pagar [a canoa] eu poderia deixar as crianças de bicicleta e pagaria apenas um ônibus”, afirma.
Quem não tiver dinheiro para pagar a travessia precisar fazer um retorno pelo bairro e percorrer mais de 5 km para levar os filhos até a escola.
“Eu queria fazer um apelo ao prefeito para que ele venha aqui ver a situação, pois a empresa ninguém acha, quero que fiscalize, pois dependemos dessa ponte”, pede o carpinteiro Edilson Sales.