Para ir à escola, crianças se arriscam em travessia de ponte inacabada em Rio Branco

Obras na ponte do bairro Ayrton Senna foram retomadas, mas oferecem risco a moradores da região. Secretário pede que moradores busquem uma rota alternativa.


Se equilibrar em cima de tábuas para atravessar um igarapé e chegar à escola tem sido uma rotina constante de crianças do bairro Ayton Senna, em Rio Branco. Há pouco mais de um mês, uma equipe da Rede Amazônia Acre esteve no bairro para mostrar que os alunos atravessavam o igarapé de canoa. O problema era que precisavam pagar para fazer essa travessia.


Nesta quarta-feira (28), a reportagem voltou no local e flagrou que os alunos e moradores são submetidos a uma situação mais grave. Com a obra inacabada, as pessoas precisam passar por cima de tábuas e ripas para atravessar.


O secretário-adjunto de Obras de Rio Branco, Marcos Vinícius, informou que as obras iniciaram em janeiro, mas devido à cheia do rio, acabou sendo afetadas. Segundo ele, em um prazo de 15 dias, a ponte deve ser entregue à população.


Até lá, o secretário pede que os moradores busquem caminhos alternativos, como pelo bairro da Sobral para não passar pela ponte.


“Fizemos um levantamento. Em dezembro interditamos a ponte em função do deslizamento que acabou afetando a estrutura. Começamos em janeiro, mas em função do alagamento do rio, afetou a execução do serviço. Agora, retornamos as obras e nos próximos 15 dias queremos entregar para a população”, disse o secretário.


A dona de casa Roseane Bezerra faz a travessia todos os dias com as duas filhas pequenas. Ela disse que tem medo de se arriscar com as crianças. A ponte é o acesso mais rápido para a escola, por isso os pais e alunos enfrentam os riscos.


“Tenho sim. É muito ruim, porque todo dia tem que passar assim. Ficou mais perigoso ainda do que antes”, complementou.


Mãe leva filhos para escola que fica no outro lado do igarapé  (Foto: Reprodução)

Mãe leva filhos para escola que fica no outro lado do igarapé (Foto: Reprodução)


Francisca de Jesus também se arrisca com os filhos. A dona de casa falou que precisa ter equilíbrio para não cair. “Principalmente as crianças podem cair e se machucar. Tem muita pauleira embaixo também”, reclamou.


Com uma bicicleta de um lado e a filha do outro, o autônomo Guilherme de Almeida leva a filha todos os dias para a aula. O trajeto é o mesmo dos demais moradores. Questionado se não acha perigoso, o pai é objetivo: “É, mas é o jeito. Todo dia a gente dá essa caminhada aqui”, contou.


O risco não é apenas para as crianças. Idosos também tentam encurtar o caminho. O aposentado Aldair de Oliveira falou do perigo. “Corre um risco grande. Se cair aí dentro, capaz de perder até a vida”, disse.


Edson da Silva caiu da ponte na noite de domingo (25) e machucou o queixo (Foto: Reprodução)

Edson da Silva caiu da ponte na noite de domingo (25) e machucou o queixo (Foto: Reprodução)


Queda

Um dos moradores que utilizam a ponte acabou se machucando na noite de domingo (25). Edson da Silva Lima passava por cima da ponte durante a chuva e caiu.


“Vinha andando, estava serenando e estava um pouco liso. Estava em cima das tábuas e quando chegou na última errei, pisei falso e cai. Machuquei o joelho e bati o queixo na quina dos tocos”, relembrou.


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